Dirigentes da CUT se reúnem em Belém para estratégia de atuação na COP30

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A delegação da CUT presente na COP30 e na Cúpúla dos Povos em, Belém se reuniu para a plenária “Meio Ambiente Só Com Trabalho Decente”, nesta quarta-feira (12), durante a COP30 Sindical. Realizado no Espaço Mundo do Trabalho, na Universidade Federal do Pará (UFPA), o encontro teve como principal objetivo organizar a participação da CUT nas muitas atividades da conferência e da Cúpula dos Povos, articulando a presença sindical nos espaços de debate, formulação e mobilização popular.

A agenda da CUT na COP30, que acontece em território amazônico e tem mobilizado trabalhadores de diferentes ramos e estados é extensa e destaca a participação em painéis, atividades e debates com foco na defesa de uma transição justa, da preservação ambiental e do trabalho decente como pilares de qualquer política climática.

secretário-geral da CUT, Renato Zulato, abriu a plenária destacando a importância de a central manter sua unidade e protagonismo durante toda a conferência. Segundo ele, a presença da CUT na COP30 representa o resultado de um longo processo de construção política.

“Estamos aqui porque o movimento sindical entende que a luta por um mundo ambientalmente sustentável precisa caminhar junto com a luta por direitos, empregos e justiça social”, afirmou. Zulato destacou que a plenária tinha o papel de alinhar as ações da central e reforçar o compromisso com uma atuação integrada, tanto nos espaços oficiais da COP quanto nas atividades da sociedade civil.

secretária de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim, apresentou um balanço do caminho percorrido pela central até chegar a Belém, lembrando que o tema ambiental vem sendo incorporado de forma estratégica na agenda sindical. Ela ressaltou que o debate sobre o meio ambiente e o mundo do trabalho está consolidado na CUT há anos, resultado de debates nas bases e na formulação de propostas em parceria com o Dieese e com as centrais sindicais das Américas.

Rosalina enfatizou que o trabalho decente é parte essencial das soluções climáticas: “A transição justa só será possível se incluir os trabalhadores e trabalhadoras nas decisões sobre o futuro. O emprego verde deve ser também emprego com direitos”.

Já a presidenta da CUT-Pará, Vera Paoloni, deu as boas-vindas aos participantes e lembrou o simbolismo de sediar a conferência na Amazônia. Ela destacou o papel da classe trabalhadora da região na luta pela sustentabilidade e pela justiça social.

“A COP30 acontece no coração da Amazônia, e é importante que o mundo ouça quem vive e trabalha aqui. Os povos amazônicos, os ribeirinhos, os trabalhadores da floresta e das cidades precisam estar incluídos na transição ecológica que se anuncia”, afirmou. Vera também destacou a mobilização local da CUT e das entidades filiadas, que participam ativamente da barqueata e das atividades preparatórias da Cúpula dos Povos.

Durante o encontro, dirigentes apresentaram informes sobre as atividades da COP30 e o papel da central nos próximos dias. O clima foi de mobilização e unidade, reforçando o entendimento de que a CUT deve atuar de forma articulada entre suas secretarias, ramos e estados, garantindo presença ativa nos debates sobre transição energética, financiamento climático, políticas de adaptação e soberania dos povos.

A atuação da CUT na COP30

O assessor Fernando Vivaldo, representando a Secretaria de Relações Internacionais da CUT, apresentou um panorama da atuação política da central ao longo da conferência e listou as principais atividades com participação da CUT em diferentes espaços da COP30.

Ele destacou a presença da central em painéis e mesas organizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Comissão Europeia, no Pavilhão da Transição Justa, espaço que reúne governos, sindicatos e organizações sociais para discutir políticas concretas para uma economia de baixo carbono com inclusão social.

Entre as atividades citadas por Vivaldo estão a participação da CUT em debates sobre financiamento climático e transição justa, a presença em mesas na Green Zone sobre trabalho decente e economia verde, além da atuação na Cúpula dos Povos, onde a central participa de plenárias e mobilizações conjuntas com movimentos sociais brasileiros e internacionais.

Vivaldo também ressaltou que a CUT integra a articulação que defende a aprovação do Mecanismo de Ação de Belém (Belém Action Mechanism – BAM), proposta que busca garantir financiamento climático para a transição justa nos países do Sul Global. Segundo ele, o engajamento da central nesse debate reforça o compromisso histórico da CUT em vincular a pauta ambiental à defesa dos direitos e da soberania popular.

“A presença da CUT em todos esses espaços mostra a força do sindicalismo brasileiro e seu compromisso com a construção de soluções que unam justiça climática e justiça social”, afirmou o assessor, destacando que a atuação da central está conectada às discussões internacionais e às demandas da classe trabalhadora brasileira.

A plenária encerrou-se com uma convocação coletiva à mobilização durante os próximos dias da COP30 e da Cúpula dos Povos. A orientação aprovada reforça que as delegações cutistas devem atuar de forma coordenada, fortalecendo o diálogo com movimentos sociais, governos e instituições internacionais, levando a posição da central — de que não existe justiça climática sem justiça social — para todos os espaços da conferência.

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Fonte: CUT