Filha de pais surdos vence prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil
“Sou filha de pais surdos,
aprendi que amor dança nas mãos
e que silêncio é cheio de som.”
O trecho acima é da poesia “Do pequizeiro e a menina coda”, que conferiu à sua autora, a estudante Isabel Garrett, do 3º ano C da Escola Classe 01 do Gama, o 1º lugar na 3ª edição do Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil, na categoria de 6 a 13 anos. Sob a orientação da professora Neifra e filha de pais surdos, Isabel emocionou o público com a sensibilidade de seus versos, que revelam o olhar poético e inclusivo de uma criança que aprende a escutar o mundo com o coração.
Isabel se comunica em Libras com os pais. Ela é uma criança coda, sigla em inglês para “Child of Deaf Adults” (Filhos de Adultos Surdos). Em sua poesia, expressou com sensibilidade a vivência entre esses dois mundos, o da oralidade e o da sinalização, revelando o olhar de uma menina que transita com poesia entre diferentes formas de língua.
A 3ª edição do Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil ocorreu no dia 7 de novembro no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A premiação valoriza a produção poética de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Com curadoria do escritor Roger Mello, o prêmio distribui R$ 90 mil em premiações e seleciona 90 poesias para compor uma coletânea acessível nos formatos impresso, digital, braille e audiobook.
