Plebiscito Popular 2025 mobiliza o país pelo fim da escala 6×1

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Entidades que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre elas a CUT, deram início nesta terça-feira, 1º de julho, ao processo de coleta de votos do Plebiscito Popular 2025, uma consulta pública para saber a opinião de trabalhadores e trabalhadoras sobre temas importantes para a população, como o Fim da Escala 6X1, a Redução da Jornada de Trabalho sem redução de salário e a Isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, com a maior taxação para quem ganha acima de R$ 50 mil.

Para o secretário nacional de Mobilização e Relação com Movimentos Sociais da CUT, Milton dos Santos Rezende, (Miltinho), o Plebiscito Popular 2025 ocorre em um momento importante em que o parlamento brasileiro vem se consolidando como um “espaço de bloqueio das mudanças populares mais básicas”.

“É nele que a elite brasileira finca suas unhas para impedir qualquer redistribuição de riqueza. Por isso, o plebiscito também cumpre uma função de denúncia e de pressão política: ele aponta diretamente para esse conflito de classe e mostra que há um Brasil que quer mudar e outro que fará de tudo para manter privilégios e desigualdades”, aponta.

Na avaliação do dirigente, os temas do plebiscito popular se conectam na vida da classe trabalhadora, e se torna mais necessário após o período de destruição da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e crescimento da informalidade durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

“Neste ano, trabalhadores e trabalhadoras também foram às ruas para denunciar a escala 6×1 e as jornadas exaustivas que adoecem, esmagam e roubam o tempo de viver. É nesse contexto que se insere a defesa da redução da jornada de trabalho sem redução de salário, e o fim da escala 6×1 — temas que, assim como a justiça tributária, tocam a dignidade e a qualidade de vida da classe trabalhadora”, continua Miltinho.

Mobilização pelo país

Em várias capitais do país, a mobilização em torno da consulta popular foi marcada por atividades públicas. Em São Paulo, João Pessoa, Belém e Porto Alegre, os encontros reuniram lideranças e voluntários dispostos a ampliar o alcance da iniciativa.

A campanha, que aposta em estratégias híbridas, combinando ferramentas tradicionais e digitais, conta com materiais de divulgação como jornais, cartazes, vídeos e conteúdo para redes sociais fazem parte da divulgação. Além disso, uma rede de mobilizadores foi formada para atuar diretamente nos territórios, promovendo ações de base e fortalecendo a organização popular.

Quem pode votar

O período para votação é de 1º de julho até setembro, e qualquer pessoa pode votar e também se voluntariar para a coleta de votos. As urnas estarão disponíveis em vários pontos de circulação pública, inclusive em sindicatos, praças, igrejas, terminais de transporte, escolas, locais de trabalho e outros. 

A expectativa é de que o Plebiscito ajude a recolocar na agenda nacional debates urgentes sobre os direitos da classe trabalhadora e a distribuição de renda no país — a partir da escuta e da decisão do próprio povo.

“Hoje, quem vive de salário, consome no mercado ou paga por serviços básicos é quem paga os maiores impostos. Já os mais ricos, que concentram renda, lucros, patrimônio e heranças, contribuem proporcionalmente muito menos ou quase nada”, ressalta Miltinho.

Mais informações e materiais disponíveis

No site do plebiscitopopular.org.br é possível ter acesso a diversos materiais informativos e também  de divulgação e de mobilização, tudo disponível para download, assim como no perfil oficial do plebiscito no Instagram @plebiscitopopular.

 

O que é o plebiscito popular

Plebiscito é um instrumento de consulta popular, previsto no artigo 14 da Constituição e regulamentado pela Lei 9.709/98, que possibilita os cidadãos serem consultados antes de uma lei ser constituída. Desta forma, o teor da lei a ser aprovada é definido pelo povo.