Bullying: Educadoras publicam pesquisas e instigam debate sobre masculinidade tóxica nas escolas

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Materiais sobre a minissérie Adolescência: Reflexões sobre o Fenômeno no da Netflix e suas Implicações Educacionais na Rede Pública de ensino da SEEDF podem ser acessados, gratuitamente, por qualquer pessoa que se interesse pela temática. O conteúdo é resultado das pesquisas das psicólogas Rosimeire Dutra e Fernanda Colares e a professora Camilli de Castro, que atuam em escolas públicas de Ceilândia.

“Até então, quando a gente via uma situação de violência extrema envolvendo um aluno, apontávamos o problema para família desestruturada ou problemas psicológicos daquele indivíduo. Mas a série Adolescência mostra que não há nada disso. E, no dia a dia das escolas, o que a gente vê é que as famílias também estão perdidas. Então, temos que fazer da escola um veículo de informação e conscientização também com as famílias”, afirma Rosimeire Dutra, psicóloga da Escola Classe 64 de Ceilândia.

Segundo ela, desde 2001, foram realizados 43 ataques de violência extrema contra escolas brasileiras. Desse grupo, 168 pessoas foram vítimas, 47 fatais. Também perderam a vida 6 autores dos ataques. “A totalidade dos autores desses ataques é do sexo masculino. Então, é preciso falarmos, nas escolas, da masculinidade tóxica, da misoginia e da violência, e entender por que as meninas não identificam essa violência em seus cotidianos.”

Psicóloga no CED 07 de Ceilândia, Fernanda Colares avalia que “a violência não é um fenômeno, mas um sintoma”. “Redes sociais sem mediação levam a isso. Cabe a nós da escola aprender a dar os nomes certos a todos os problemas que nos cercam e nos afligem, para podermos discutir esses temas sensíveis de forma construtiva e responsável”, afirma.

A professora Camilli de Castro joga a realidade da Secretaria de Educação dentro dessa questão: “Precisamos de uma formação continuada que também nos dê embasamento para fazermos uma escuta qualificada, pois precisamos saber como receber os pais. Não é só questão de política pública. Precisamos entender que isso começa bem antes, e a escola não está apartada da sociedade. E nós trazemos essa discussão desde a educação infantil, pois falamos em desenvolvimento social desde a mais tenra idade”.

Canal pedagógico
Camilli de Castro, Rosimeire Dutra e Fernanda Colares participaram do TV Sinpro desse 9 de abril e compartilharam suas experiências.

As pesquisadoras também são as criadoras do Canal Pedagógico – Professoras e professores em movimento. Os conteúdos do canal auxiliam no combate ao bullying dentro das escolas e estão disponíveis no YouTube
e no Instagram (@canalpedagogicopem).

> Assista aqui ao programa do TV Sinpro