Saúde e educação reagem ao ‘auxílio uniforme’ da PCDF e querem benefícios às categorias

O site +Brasil News entrevistou Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF e da CNTE, sobre o Projeto de Lei  (PL) do governo Ibaneis Rocha (MDB), que prevê pagamento de R$ 3 mil para compra de fardamento e de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para a Polícia Civil. A diretora considera descabido o tal PL no momento em que as demais categorias estão debaixo de forte arrocho salarial. A educação, por exemplo, completa, em 2022, 7 anos sem reajuste.

 


Saúde e educação reagem ao ‘auxílio uniforme’ da PCDF e querem benefícios às categorias

 

Projeto de lei do GDF prevê pagamento de R$ 3 mil para comprar fardamento e equipamentos de proteção individual à Polícia Civil

 

 
 

 

 

O projeto de lei que cria o auxílio uniforme, no valor de R$ 3 mil, aos policiais civis – delegados, agentes, papiloscopistas, peritos criminais e outros cargos da carreira – apresentado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), causou “ciumeira” e uma chuva de críticas vindas tanto de parlamentares quanto de outras categorias, como educação e saúde.

 

Na sessão plenária desta quarta-feira, 9, a deputada distrital Arlete Sampaio (PT) subiu à tribuna da CLDF para perguntar a Ibaneis por que o auxílio só feito dado aos servidores da área de segurança pública, especificamente à Polícia Civil.

 

“Para fazer justiça, esse benefício deveria ser dado a todos os servidores do Distrito Federal. Por que somente a Polícia Civil, que merece muito, teve o direito ao benefício e não as demais categorias? Por que o auxílio uniforme não pode ser estendido também aos trabalhadores dos hospitais, os servidores da área de saúde?”, questionou Arlete Sampaio.

 

A líder da oposição na CLDF classificou PL 2.516/2022 como eleitoreira e acusou Ibaneis Rocha de estar agindo igualmente ao presidente Bolsonaro que só deu reajuste aos policiais federais, polícia rodoviária e agentes penitenciários.

 

Sete anos sem aumento para educação

 

O projeto de lei do “auxílio uniforme” de Ibaneis é descabido, para a diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Rosilene Correa.

 

“Não que a Policia Civil não tenha que ter reajuste, tem que ter, sim, o que não pode é somente ela. Temos dito que a PCDF tem um serviço de excelência, mas as professoras, os professores e orientadores educacionais também também tem”, declarou a diretora do Sinpro-DF.

 

Rosilene Correa diz que o governo não pode desconsiderar que a categoria do serviço de educação está há sete anos sem reajuste salarial e o auxílio alimentação, hoje, é de menos de R$ 400.

 

Além disso, a professora sindicalista informa que, recentemente, os servidores aposentos tiveram redução em suas remunerações por causa do aumento da contribuição do INSS.

 

“Em vez de aumento, tivemos foi redução de salário na gestão do Ibaneis e agora ele ainda apresenta esse projeto para apenas uma categoria. Não estamos aqui questionando que a policia esteja sendo reconhecida, o que não pode é que as demais categorias fiquem no zero, como é o caso da educação e isso é gravíssimo”, advertiu Correa.

 

Servidores da área de saúde também querem aumento de salário. Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF
Servidores da área de saúde também querem aumento de salário. Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF

 

 

Saúde: reajuste do auxílio alimentação

 

 

Quem também está na luta por reajuste salarial é o setor de saúde. Enquanto a decisão do governador do DF, a categoria pede, ao menos, o aumento do auxílio alimentação dos trabalhadores.

 

 

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde/DF) vem buscando equiparação do benefício há sete anos.

 

 

Em outubro do ano passado, encaminhou, mais uma vez, ofício aos secretários de Saúde e da Economia, expondo o problema da defasagem do valor do auxílio alimentação.

 

 

De acordo com o SindSaúde, desde maio de 2014, os servidores recebem o benefício no valor de R$ 394,50.

 

 

“É evidente que passados sete anos desde sua última revisão, o valor do auxílio alimentação recebido pelos servidores da saúde não foi corrigido, sequer acompanhou os reajustes dos produtos de gênero alimentício”, diz o documento do sindicato.

 

 

Valor do auxílio de outras categorias

 

 

Além disso, servidores de outros órgãos do DF recebem valor superior a título de auxílio alimentação, adequado à realidade e necessidade dos dias atuais, como é o caso da Câmara Legislativa do Distrito Federal-CLDF (R$ 1.313,30), Tribunal de Contas do Distrito Federal (R$ 1.310,00), entre outros.

 

 

A lei orçamentária do Distrito Federal de 2022 prevê R$ 1.004.575 para cobrir as despesas do auxílio alimentação dos policiais civis, que ganharam também os R$ 3 mil de auxílio uniforme.

 

 

“Portanto, o SindSaúde reivindica pela imediata revisão do valor referente ao auxílio alimentação dos servidores da saúde realizando um reajuste de, pelo menos, 100% do valor que é hoje, ou seja, possibilitando alcançar o valor de aproximadamente R$ 800,00”, diz a presidente da entidade, Marli Rodrigues.

 

 

A direção do SindSaúde informou que as negociações com o GDF estão acontecendo e o governo está em diálogo constante para resolver a demanda.

 

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