Covid-19 – UNE e Ubes protocolam pedido de adiamento do Enem

Na última segunda-feira (11), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) protocolaram um mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 seja adiado. Este foi mais um movimento de entidades e órgãos pedindo o cancelamento dos exames do Enem devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

No dia 4 de maio o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), deu cinco dias para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) se manifestar sobre o cronograma do Enem. Segundo o ministro, a pandemia do novo Coronavírus tem profundos reflexos na educação e indica existir necessidade de alteração do calendário da prova. Augusto Nardes ainda afirma que a crise da Covid-19 coloca em risco os princípios, diretrizes e objetivos do exame. As inscrições para o Enem abriram nesta segunda-feira (11).

A manifestação do ministro foi dada em uma representação feita pelos deputados Idilvan Alencar (PDT-CE) e Túlio Gadêlha (PDT-PE). Os parlamentares pediram a suspensão do cronograma. Entre 19 países que têm exames de ingresso no ensino superior similares ao Enem, apenas cinco mantiveram o calendário de aplicação de provas. O Brasil é um deles.

 

Injustiças devido à Covid-19

Para a UNE e a Ubes, aplicar as provas em novembro seria injusto com os candidatos mais pobres, que têm enfrentado dificuldades no ensino remoto. Diante da suspensão das aulas presenciais, devido à pandemia do novo Coronavírus, estudantes de escolas públicas lidam com diversos obstáculos, a exemplo da falta de computadores ou de acesso à internet para assistir às aulas on-line; ausência de merenda; problemas na comunicação com os professores; ou falta de espaço adequado, em casa, para estudar.

De acordo com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, as datas do Enem estão mantidas para novembro, “por enquanto”. “Com o tempo, vamos avaliar, não dá para fazer previsão para o que vai acontecer daqui a dois ou três meses”, afirmou.

Já para o presidente da UNE, Iago Montalvão, manter a data da prova é “acabar com o sonho de milhares de jovens de ingressar em uma universidade. Só aprofunda as disparidades sociais e econômicas do país”, diz.

Rozana Barroso, presidente da Ubes, afirma que a pandemia ampliou as desigualdades existentes no país. “As condições de participação dos estudantes das escolas públicas e mais pobres já são mais difíceis mesmo em situações normais. A pandemia amplia o número de desempregados e de pessoas submetidas ao subemprego; milhares perderam a pouca renda que tinham. Esses são os pais e mães de muitos estudantes secundaristas que hoje lutam para garantir alimentação básica. É indispensável que o a data de realização do Enem seja adiada”, finaliza Rozana.

 

15 de maio: Dia de luta pelo adiamento do Enem (#15M)

No dia 15 de maio o Sinpro convoca a categoria para participar de uma ação pelas redes sociais exigindo o adiamento do Enem. Durante todo o dia o sindicato apresentará publicações relacionadas à temática, utilizando as hashtags #15M e #AdiaENEM.

Contamos com a participação de toda a categoria.