Bolsonaro oferece R$ 40 milhões a cada deputado e aprova reforma da Previdência na CCJ
Essa é a manchete da revista Fórum desta quarta-feira (24). Também veiculada por toda a mídia, a notícia dá conta de que o governo Bolsonaro ofereceu R$ 40 milhões para cada deputado que votasse a favor da privatização do direito à aposentaria e permitisse a entrega da Previdência Social pública ao mercado financeiro.
O resultado não poderia ser outro: 48 deputados federais venderam seus votos e aprovaram, na noite dessa terça-feira (23), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, o parecer do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) favorável à admissibilidade da reforma da Previdência. Com isso, o governo Bolsonaro dá um passo decisivo para materializar a insistente pressão do mercado financeiro para privatizar a Previdência Social brasileira.
A venda dos votos e o resultado da votação consolidam e revelam que a aprovação dessa reforma é o principal (e, praticamente, o único) compromisso eleitoral de Jair Bolsonaro ao se candidatar à Presidência da República. Para ele, é imprescindível, atender a quem financiou sua campanha eleitoral: o mercado financeiro.
“Ele foi o candidato escolhido pelos banqueiros para realizar a reforma da Previdência, um setor dos serviços públicos que, há anos, é alvo de rentistas, banqueiros e empresários devedores do Sistema de Seguridade Social. Essa insistência se intensificou a partir do impeachment ocorrido em 2016”, lembra Cláudio Antunes, coordenador de Imprensa do Sinpro-DF.
Informações do Sindicato dos Bancários dão conta de que o banco Itaú, por exemplo, fechou o ano de 2016 com um lucro de R$21 bilhões, mas deve à Previdência mais de R$ 111,8 milhões. O Bradesco encerrou 2016 com lucro de 15 bilhões, mas deve R$ 575 milhões à Previdência. A dívida dos 500 maiores devedores chega aos R$ 424 bilhões e o déficit apresentado pelo governo federal, em 2017, para justificar a reforma é de R$268 bilhões.
Vale lembrar que o presidente Jair Bolsonaro enganou a população, durante a campanha eleitoral, ao divulgar vídeos nas redes sociais com a fake news (notícia falsa) de que ele era contra a reforma da Previdência, chegando a classificar de desumana a proposta apresentada pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
No entanto, ofereceu R$ 40 milhões a cada deputado federal que votasse a favor da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019 (reforma da Previdência) na CCJ. “A proposta elaborada pela equipe econômica de Bolsonaro é tão cruel e nefasta como a do ilegítimo ex-presidente da República Michel Temer”, afirma Antunes.
O parecer favorável à constitucionalidade da PEC 06/2019 foi aprovado, na noite dessa terça-feira (23), na CCJ da Câmara dos Deputados, mas durante toda a reunião, que culminou com a votação, o mercado financeiro internacional fez diversas manobras econômicas para pressionar e impressionar o povo, incluindo aí jogadas midiáticas e mentirosas com o valor do dólar.
“O noticiário da imprensa comercial, embora apresentasse notícias favoráveis à aprovação da reforma, acabou por revelar a ânsia e a pressa do mercado financeiro para se apropriar do superávit da Previdência Social pública brasileira e executar o desmonte da Seguridade Social”, declara o diretor do Sinpro-DF.
O deputado federal Onyx Lorenzoni, em reunião realizada na casa de Rodrigo Maia, e confirmada por líderes de cinco partidos, além de deputados do DEM, PP, PSD, PR, PRB e Solidariedade, que não quiseram ser identificados, confirmaram a compra de votos por R$ 40 milhões dos cofres públicos para cada deputado.
Confira o nome e o partido político dos deputados federais que votaram contra a reforma da Previdência:
Alencar Santana Braga (PT-SP)
Danilo Cabral (PSB-PE)
João H. Campos (PSB-PE)
Joenia Wapichana (REDE-RR)
José Guimarães (PT-CE)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Luiz Flávio Gomes (PSB-SP)
Maria do Rosário (PT-RS)
Nelson Pellegrino (PT-BA)
Patrus Ananias (PT-MG)
Paulo Teixeira (PT-SP)
Talíria Petrone (PSOL-RJ)
Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
Subtenente Gonzaga (PDT-MG)
Afonso Motta (PDT-RS)
Eduardo Bismarck (PDT-CE)
Clarissa Garotinho (Pros-RJ)
Gil Cutrim (PDT-MA)
Confira os nomes e partidos políticos dos deputados federais que votaram a favor da reforma:
Bia Kicis (PSL/DF)
Aguinaldo Ribeiro (PP/PB)
Alceu Moreira (MDB/RS)
Arthur Oliveira Maia (DEM/BA)
Beto Rosado (PP/RN)
Bilac Pinto (DEM/MG)
Caroline de Toni (PSL/SC)
Celso Maldaner (MDB/SC)
Daniel Freitas (PSL/SC)
Darci de Matos (PSD/SC)
Delegado Éder Mauro (PSD/PA)
Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG)
Delegado Waldir (PSL/GO)
Edilázio Junior (PSD-MA)
Eduardo Cury (PSDB/SP)
Fábio Trad (PSD/MS)
Felipe Francischini (PSL/PR)
Gelson Azevedo (PR-RJ)
Geninho Zuliani (DEM/RJ)
Giovani Cherini (PR/RS)
Herculano Passos (MDB/SP)
Hiran Gonçalves (PP/RR)
João Campos (PRB/GO)
João Roma (PRB/BA)
Lafayette de Andrada (PRB/MG)
Luizão Goulart (PRB/PR)
Marcelo Aro (PP/MG)
Marcelo Ramos (PR/AM)
Márcio Biolchi (MDB/RS)
Margarete Coelho (PP/PI)
Nicoletti (PSL/RR)
Paulo Abi-ackel (PSDB/MG)
Paulo Azi (DEM/BA)
Paulo Eduardo Martins (PSC/PR)
Reinhold Stephanes Junior (PSD/PR)
Samuel Moreira (PSDB/SP)
Sergio Toledo (PR/AL)
Shéridan (PSDB/RR)
Maurício Dziedricki (PTB/RS)
Diego Garcia (PODE/PR)
Enrico Misasi (PV/SP)
Genecias Noronha (SD-CE)
Léo Moraes (PODE/RO)
Luiz Tibé (AVANTE-MG)
Pastor Eurico (PATRI-PE)
Augusto Coutinho (SD-PE)
Rubens Bueno (CIDADANIA-PR)
Gilson Marques (NOVO-SC)
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Com informações da imprensa