1,6 mil professores do DF devem se aposentar até o fim de 2016

Dados obtidos pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que 1.609 professores da rede pública estarão aptos a se aposentar até o fim de 2016. O número representa 5,4% do efetivo atual, composto por 29.748 funcionários.
O levantamento aponta que, caso não seja realizado nenhum concurso para a categoria, 11% dos professores do DF podem se retirar – cumprindo os requisitos para pedir aposentadoria por tempo de contribuição e idade – até o fim do mandato de Rodrigo Rollemberg, em 2018.
O secretário de Educação do DF, Júlio Gregório, contestou o dado e afirmou que a pasta estima que só 496 professores teriam condições de deixar a sala de aula até o fim do ano.
Novos professores
Gregório informou ao G1 que um concurso para nomear novos professores está previsto para 2016. O objetivo do certame é reduzir o cenário de necessidade de mão de obra. “Estamos trabalhando para realizar um novo concurso, com contratação ainda no próximo ano letivo [2016], inclusive com provas de redação”, afirmou. “Temos que substituir os desligamentos definitivos por pessoas concursadas.”
Gregório não informou o número de vagas que devem ser oferecidas, mas disse que que a prova já foi autorizada pela Secretária de Gestão Administrativa.
“Quando sair o concurso, vai dar um ‘ibope’ imenso. Recebemos verdadeiras caravanas de candidatos. Em termos nacionais, o salário de Brasília é atrativo”, declarou. Na rede pública, o salário-base é de R$ 4,8 mil, fora benefícios.
A diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro) Nilza Santos, diz que a carência no setor é “muito grande”. “É uma questão estrutural. Tem que ter um concurso imediato e criar um banco para se contratar todo ano. Se aposenta um, deve entrar outro.”
Nilza estima que o déficit de professores seria resolvido parcialmente com a contratação de pelo menos 3,5 mil concursados mais a substituição imediata de servidores que se desligassem da secretaria.
Atrativo
O secretário de Educação disse enxergar com “preocupação” a falta de interesse de jovens por seguir a carreira no magistério. Para ele, a questão não será resolvida apenas ofertando maiores salários.
“A ideia é mexer no currículo para tornar o trabalho do professor mais atrativo e menos exaustivo”, afirmou, mencionando também a diferença geracional que existe entre a categoria e os alunos – segundo ele, mais “conectados”.
Na opinião de Júlio Gregório, tornar a carreira atrativa poderia mudar a realidade do dia a dia enfrentado pelos professores, considerado estressante. “Hoje há mais de 5 mil professores readaptados na rede [que deixaram a sala de aula e mudaram para outra área por motivo psicológico, como síndrome do pânico ou descompensação nervosa]. É um número bastante elevado.”
(do G1)