11 de setembro de 2025: O Brasil escolheu a Democracia

11 de setembro de 2025. O dia de ontem entra para a história de nosso país como o dia em que, finalmente, enfrentamos a nossa História. Ontem, o Brasil demonstrou ao mundo sua maioridade política, social, institucional e jurídica. Ao confirmar sua opção e seu apreço pela democracia, o Brasil confirma, também, o respeito à prosperidade que só uma sociedade democraticamente organizada consegue conferir a seus cidadãos.

Não existe prosperidade social sem democracia. Em 40 anos de redemocratização, ainda que em meio a muitas adversidades políticas e econômicas, conseguimos superar a mortalidade infantil, o analfabetismo, incluímos a quase totalidade de nossas crianças e jovens nas escolas e criamos um serviço de saúde público que é universal, único no mundo se levarmos em consideração o tamanho do país e da população atendida pelo SUS.

Tudo isso delineado por uma Constituição Cidadã, promulgada em meio a uma democracia resistente e instituições independentes, no Estado Democrático de Direito. Não é pouca coisa. Temos muito a nos orgulhar. E hoje, ganhamos um motivo extra de orgulho.

Neste 11 de setembro de 2025, finalmente, o Brasil escolheu a defesa da Constituição, a Democracia e o Estado Democrático de Direito.

Em seus 46 anos de existência, resistência e lutas, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal esteve presente nos principais momentos da História do Brasil, sempre do lado da democracia. Neste 11 de setembro de 2025, saudamos a coragem e a obstinação dos ministros e ministra da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal na condução deste julgamento histórico. Eles foram a última instância e manifestação iniciada por tantos atos e protestos de movimentos populares, que estão sempre nas ruas lutando por seus direitos e por sua cidadania.

Neste 11 de setembro, entendemos que é determinante que as instituições funcionem para que a sociedade esteja segura. Hoje, o Supremo Tribunal Federal demonstrou ao país ser, de fato, o Guardião da Constituição e do Estado Democrático de Direito. E que assim permaneça por todo o sempre.

Quem se recusa a viver sob a égide da Democracia, da Constituição e do Estado Democrático de Direito quer, na prática, inviabilizar o direito de cada brasileiro e cada brasileira à educação e à saúde de qualidade, o direito de ir e vir, o direito de existir livre e plenamente.

Naquele já longínquo 5 de outubro de 1988, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, ao promulgar aquela que ficou conhecida como a Constituição Cidadã, lembrou à nação: “Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério. Quando após tantos anos de lutas e sacrifícios promulgamos o Estatuto do Homem da Liberdade e da Democracia bradamos por imposição de sua honra. Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo.”

Como disse o procurador argentino Julio César Strassera no julgamento dos militares argentinos em 1985, “A partir deste julgamento e da condenação proposta, nos cabe a responsabilidade de fundar uma paz baseada não no esquecimento, mas na memória; não na violência, mas na justiça. Esta é nossa oportunidade, e talvez seja a última.”

11 de setembro de 2025. Vamos repetir esta data muitas e muitas vezes, para que jamais nos esqueçamos: ontem, o Brasil escolheu a Democracia.

Hoje é um novo dia, em que esta categoria de garra e de luta, orgulhosa de seu país, começa mais um dia de aula, formando cidadãos e cidadãs para atuarem numa sociedade acolhedora, includente, democrática.