Venda da Eletrobrás põe soberania em risco e afeta o bolso do brasileiro

Na segunda-feira (6), foi realizada uma reunião entre o presidente ilegítimo Michel Temer e integrantes do Ministério de Minas e Energia para acertar os últimos pontos do projeto de privatização da Eletrobras. O governo ilegítimo deverá usar um projeto de lei para movimentar, no Congresso Nacional, a privatização de uma das mais eficientes, lucrativas e importantes estatais para a soberania do país. Inicialmente, Temer anunciou que a transação renderia R$ 7,5 bilhões, mas a equipe econômica conta com ao menos R$ 12,2 bilhões da venda de uma das estatais que asseguram a soberania e a segurança energética do país.
Os valores calculados – quer seja de R$ 7,5 bi, quer seja R$ 12,2 bi – são irrelevantes perto dos mais de R$ 159 bilhões de déficit primário só deste ano e totalmente irrisórios diante do potencial dos ativos da empresa. Trata-se de mais um capítulo da privataria tucana, iniciada na década de 1990 com os governos neoliberais e retomada agora, após o golpe de Estado, que entrega o patrimônio público a preço de banana e com consequências desastrosas para o futuro do país.
O discurso dos privatistas, como é o caso do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é o mesmo da década de 1990: com a privatização das empresas públicas brasileiras, a entrega das riquezas patrimoniais do país e com as reformas, como a da Previdência, o Brasil terá estabilidade econômica, competitividade no mercado etc. Nada disso é verdade. Se você está pensando que a privatização da Eletrobras irá reduzir o endividamento do Estado e ainda deixar mais barata a sua conta de luz, você está enganado.
É por isso que vale lembrar das privatizações, realizadas na década de 1990, durante os governos do tucano Fernando Henrique Cardoso (FHC), como a privatização das Teles e de outras empresas estatais com a promessa de que tudo seria melhor após a venda de tais empresas. O Brasil era dono das empresas de telecomunicação e a promessa era a de que, com a privatização, os preços da telefonia iriam diminuir. Não foi verdade. A sua conta está aí para mostrar a mentira.
Nesta terceira matéria da Série Energia Não é Mercadoria – O Futuro da População Brasileira em Jogo vamos mostrar como é falso o discurso do governo e como a privatização da Eletrobras irá encarecer a sua conta de energia elétrica, colocar em risco a segurança energética do país e a soberania nacional, além de não provocar nenhum impacto no grau de endividamento do governo.
A Série Energia Não é Mercadoria – O Futuro da População Brasileira em Jogo é uma série do Sinpro-DF para divulgar todo o conteúdo da Edição Especial do jornal Brasil de Fato sobre as privatizações no setor da energia. Além de divulgarmos, a seguir, a página 4 do Brasil de Fato, Edição Especial, o conteúdo desta matéria também tem informações do site Brasil Debate e outros sites sobre o tema.
Privatização e dívida pública
De acordo com o site da revista Brasil Debate, na década de 1990, o governo FHC privatizou a a Companhia Vale do Rio Doce – uma mineradora brasileira, considerada uma das maiores mineradoras do mundo –, todas as empresas de telecomunicações, toda a siderurgia e ainda 26 empresas do setor elétrico, incluídas aí as usinas de geração da Eletrosul que pertencem, hoje, à Tractebel. Ou seja, o Estado brasileiro, sob o comando do neoliberal PSDB, entregou seu patrimônio a empresas estrangeiras e ainda assim a dívida líquida do setor público subiu de 32% do Produto Interno Bruto (PIB), em 1994, para 56% do PIB em 2002.
“Engana-se aquele que pensa que a privatização guarda relação com o pagamento ou com a redução da dívida pública. O Governo divulgou que pretende arrecadar R$20 bilhões com a venda da Eletrobras, valor irrelevante perto dos mais de R$159 bilhões de déficit primário só deste ano e irrisório diante do potencial dos ativos da empresa, como demonstraremos mais adiante.  É mais um capítulo da privataria, da entrega do patrimônio público a preço de banana”, informa a revista virtual Brasil Debate.
A matriz energética do Brasil está também relacionada à extração de petróleo. Na página 4 da Edição Especial do Brasil de Fato, uma entrevista com José Maria Rangel, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), mostra como o projeto de privatização das riquezas do Brasil possui impede o desenvolvimento nacional e mostra que a reserva de pré-sal, que está sendo entregue a preço de banana para as multis petroleiras dos países mais ricos, poderá produzir mais de 200 bilhões de barris: “essa riqueza tem a capacidade de alavancar um desenvolvimento nacional ou apenas servir aos interesses estrangeiros e manter o Brasil como mero exportador de matéria-prima”.
Página 4 do Brasil de Fato – Edição Especial

Confira também matéria do site Brasil Debate sobre como a privatização da Eletrobras irá causar prejuízos a cada brasileiro
A privatização da Eletrobras: como isso me afeta? 
Veja matérias anteriores da Série Energia Não é Mercadoria – O Futuro da População Brasileira em Jogo, do Sinpro-DF.
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Com informações da Brasil Debate, UOL, Câmara dos Deputados, Eletrobrás, CUT Brasil, Carta Capital, Estadão, Agência Brasil, JB e Portal Mato Grosso.