Marcha das Mulheres Negras Por Reparação e Bem Viver será dia 25 de novembro em Brasília

A Marcha das Mulheres Negras ocupará Brasília pela segunda vez dia 25 de novembro, dez anos depois da primeira edição. Desta vez, o mote da ação é “Por Reparação e Bem Viver”.

Motivos para marchar não faltam. Dados do IBGE mostram que, historicamente, as mulheres negras são o segmento que enfrenta as desigualdades mais significativas no mercado de trabalho, nos rendimentos, na educação. São as principais vítimas da violência doméstica e de feminicídios, e compõem a maior parte da parcela mais pobre da população.

“Nós, mulheres negras, somos as principais vítimas do desemprego, da desigualdade social, da precarização do trabalho”, destaca Berenice Darc, coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sinpro e Secretária de Relações de Gênero da CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. “A Marcha das Mulheres Negras certamente deixará um legado de debates e de mobilização importante para o DF, pra que possamos elaborar coletivamente um calendário de lutas e consolidar essa construção”, completa ela.

A expectativa é de que a segunda marcha seja ainda maior do que a primeira, dez anos atrás. “Nossas pautas têm muita legitimidade e, graças à nossa luta, têm ganhado cada vez mais visibilidade na sociedade brasileira”, afirma Berenice. “É muito importante que professoras e orientadoras educacionais fortaleçam o movimento! Vamos realizar uma grande marcha”, convida ela.

 

Dez anos

Em 2015, mais de 50 mil mulheres negras brasileiras marcharam contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. Um dos resultados daquela mobilização foi a Carta das Mulheres Negras. Acesse na íntegra clicando AQUI.

A ação, que foi uma das mais importantes daquele ano, realizou-se ao som de tambores e de palavras de ordem, percorreu a Esplanada dos Ministérios até chegar ao Congresso Nacional com faixas e cartazes “contra o racismo, contra a violência e pelo bem-estar”.

Comprometidas com a denúncia unificada das diversas opressões que se interseccionam e afetam de forma significativa as condições de vida e existência do povo negro – sobretudo das mulheres negras -, diversas organizações se reuniram para marchar e marcar um dos momentos mais significativos na história recente do Brasil, no que diz respeito à mobilização e organização política.