Governador mente sobre dinheiro em caixa e golpeia servidores
No dia 1º de janeiro de 2015, o governador Rodrigo Rollemberg anunciou nos veículos de comunicação comerciais que havia no caixa do DF apenas R$ 64 mil. O deputado distrital do PT Chico Vigilante duvidou da veracidade do pronunciamento e averiguou pelo SIGO – Sistema Integrado Gerência Operacional o saldo do GDF. O resultado foi alarmante: pelo sistema, o governo local tinha em caixa R$ 1,41 bilhão.
“Quando o governador disse que o DF tinha R$ 64 mil, este era o valor apenas de uma conta. Só que o GDF tem 20 contas no BRB, 20 contas no Banco do Brasil e 15 contas na Caixa Econômica Federal. Juntando todas as contas, o saldo do GDF, no dia em que o governador disse ser de R$ 64 mil, era de R$ 1,41 bilhão”, explica o deputado Chico Vigilante.Nessa quinta-feira (28), o Tribunal de Contas do DF apresentou relatório que comprova a veracidade da pesquisa feita pelo parlamentar do PT. “O GDF mentiu para a sociedade”, disse Chico Vigilante.
Atualmente, o caixa do GDF é de quase R$ 2 bilhões. Mesmo assim, o governo afirma que o caixa do DF enfrenta sérios problemas e, a partir dessa justificativa, apresenta propostas de aumento de impostos, anulação de reajustes salariais negociados e ajustes na previdência.
Previdência em risco
Já está na Câmara Legislativa do DF, em regime de urgência, o projeto que institui o altera a previdência do funcionalismo local. Na Casa ele tramita como PLC 19.
“Estamos extremamente preocupados porque este projeto mexe profundamente no fundo de previdência. Inicialmente, o que o governador Rollemberg passou para a imprensa era de que se estava criando a previdência complementar, que seria para os servidores que vão entrar. Mas ao analisar o projeto, nós vemos que não é isso. O governador está mexendo no atual sistema de previdência. Como pontos graves, o projeto acaba com a
paridade no Conselho de Administração do Iprev-DF, dando maioria para os representantes do governo. Isso quer dizer que passa o que o governo quiser. O projeto pede para que seja dada autorização legal para o governo mexer na previdência a hora que ele quiser, do jeito que ele quiser, sem ouvir a Câmara Legislativa”, alerta o deputado distrital Chico Vigilante (PT).A proposta de projeto do GDF impulsionou uma moção de repúdio aprovada pelos próprios integrantes do Conselho de Administração (Conad). “O governo, na calada da noite, sem ouvir o Conad, encaminhou um projeto para a Câmara Legislativa, que cria a previdência complementar, um tema que era foco de debate do próprio Conselho. Mas junto com esta proposta, no mesmo projeto, ele faz diversas mudanças no Conad, como o fim da paridade de representantes, e garante total autonomia para deixar a previdência do jeito que ele quiser. Isso é um absurdo, é um golpe. Este é um tema para ser tratado com a participação do Conad, que contempla governo e trabalhadores. Isso é lei, não é um pedido nosso. Rollemberg passou dos limites”, avalia o presidente do Conad/Iprev-DF, Denivaldo Alves.
No dia 3 de junho, a Câmara Legislativa do DF realizará audiência pública, às 9h, para discutir o PLC 19 e os impactos da proposição na vida dos servidores públicos.
