IDEB e a qualidade da educação

Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) divulgou mais um resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), o qual conjuga duas variáveis: a proficiência média dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e na Prova Brasil e o índice de aprovação anual em cada unidade escolar. Para a CNTE, embora o IDEB nacional tenha evoluído, são necessárias algumas ponderações, sobretudo para desmistificá-lo como conceito acabado para medir a qualidade da educação.
Na concepção dos trabalhadores da educação básica pública do país, a aferição da qualidade educacional extrapola, e muito, a aplicação de uma prova aos estudantes sobre dois conteúdos (português e matemática). Isso porque educação não é coisa que se mensura apenas por nota. A qualidade da educação socialmente referenciada requer poder enxergar, por exemplo, a formação humanística dos estudantes, a inserção da escola e de seus profissionais no contexto da comunidade local, as ações e debates sobre a sustentabilidade do meio ambiente e a inclusão de todos que não tiveram acesso ao ensino regular. E essa educação, necessariamente, tem que caminhar no sentido de construir a igualdade e a felicidade pessoal e coletiva, bem como ser essencial para direcionar a sociedade ao respeito para com as diferenças étnicas, religiosas ou de orientação sexual, corroborando com a paz local e mundial.
Além dos princípios que regem a qualidade da educação, os elementos para medi-la também extrapolam, demasiadamente, os incorporados pelo IDEB. Como mensurar a qualidade educacional sem contextualizar o financiamento e a responsabilidade dos entes públicos? A formação e a valorização dos profissionais da educação? A forma de gestão que deve priorizar a participação da comunidade? O conteúdo ministrado pelos educadores e a proposta pedagógica da escola? Será que a ‘qualidade da educação’ em duas escolas com nota 6 no IDEB é a mesma? Temos certeza ser possível que não, pois isso o Índice da Educação Básica não consegue responder.
Conforme destacado no editorial do dia 7/7 a CNTE reconhece os avanços do IDEB, porém, diante do conceito de qualidade que defendemos, consideramos importante aprofundar o debate sobre o Índice.
Com informações do site da CNTE