Virada Cultural e ato contra o Golpe

Em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora, a CUT Brasília e outras dezenas de entidades que compõem o Comitê em Defesa da Democracia e Contra o Golpe e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam a população do Distrito Federal para participar de duas importantes atividades do Dia do Trabalhador.

Com o título “Dia do Trabalhador: muita arte e ato político contra Golpe”, o texto da CUT Brasília informa que, o primeiro será Virada Cultural: um evento que terá início às 16h deste sábado (30) no estacionamento da Torre de TV. Prosseguirá até às 2h da madrugada do dia 1º de maio, com uma rica e diversificada sequência de atividades teatrais, musicais e políticas. O segundo evento será  o Ato Unificado contra o Golpe que começa às 10h de domingo (1°). O encerramento das atividades será realizado com o grupo Samba de Tapera, com uma roda de samba, também no estacionamento da Torre de TV. Todas as atividades fazem parte da série de mobilizações de ruas que visam a reafirmar a posição da classe trabalhadora contra a ruptura democrática no país.

A Virada Cultural contará com a participação do Movimento de Artistas pela Democracia de Brasília, que reúne cerca de 300 profissionais da cultura da cidade. São artistas que estão integrados, desde o início, à luta contra o golpe de Estado em curso no país e vêm se apresentando voluntariamente em atos políticos que aconteceram na cidade, contribuindo com as manifestações em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores.

“É parte da política da CUT enxergar a cultura como um instrumento de luta classista e valorizar esses artistas populares que estão ao nosso lado na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Há muito tempo realizamos atividades como a Guerrilha Cultural, que buscam a integração de movimentos culturais e políticos. A Virada foi pensada para contemplar, dar espaço e valorizar esses companheiros, que lutam e resistem diariamente para expressar sua arte, principalmente agora quando os direitos do povo, conquistados com muito suor, luta e sangue, inclusive os de acesso à produção da cultura popular e progressista, são atacados e hostilizados pelos segmentos da elite econômica e social e pela imprensa golpista”, explica o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.

A Virada Cultural é parte de uma série de atividades que visam mostrar para o Senado Federal que, ao contrário do que se veicula na grande imprensa comercial, não é a maior parte da população do país que está a favor do golpe de estado escondido atrás impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Entendemos que um parlamento corrupto e sedento por poder não tem legitimidade para afastar Dilma do cargo de presidenta da República. Sabemos que o golpe atinge ilegitimamente o mandato democrático popular, que acumulou mais de 54 milhões de votos em 2014, e atenta contra a soberania nacional, contra as empresas públicas, os direitos da classe trabalhadora e a democracia, que foi a maior conquista recente do povo brasileiro. Afastar Dilma do poder hoje é o caminho mais rápido para atacar os trabalhadores e a população menos favorecida e para acabar com um projeto concreto de combate à corrupção que expôs crimes que há muito tempo eram escondidos. Por isso, é importante que todos e todas compareçam a esta e outras atividades que tomarão conta de Brasília até a votação do processo de impeachment no Senado Federal. Só nas ruas e pressionando os golpistas é que defenderemos a democracia e os direitos que o projeto da direita quer nos tomar”, explica Rodrigo Britto.

Veja a programação detalhada da Virada Cultural que está disponível também nas redes sociais da CUT Brasília e do Comitê em Defesa da Democracia e Contra o Golpe.

WhatsApp-Image-20160428 (3)

Entenda o golpe

Alegando um crime de responsabilidade pela prática da chamada “pedalada fiscal” (um procedimento contábil que não constitui crime de qualquer espécie) e expondo um verdadeiro arsenal de preconceitos e objetivos políticos escusos, a Câmara dos Deputados composta em grandíssima maioria por empresários, ruralistas e conservadores (mais de uma centena deles investigados ou acusados de crimes de corrupção) aprovou no último dia 17, o prosseguimento do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Agora, o processo está em tramitação no Senado Federal, onde há dois turnos de votação. Se aprovado, quem assume a presidência da república temporariamente é o vice, Michel Temer (PMDB), citado como beneficiário de propinas no Lava Jato e também acusado da prática de pedalada fiscal. Na ausência dele, seja por renúncia, morte ou cassação, toma posse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, réu em processos de corrupção e lavagem de dinheiro e principal beneficiado com a saída de Dilma Roussef, uma vez que o mesmo já teve abrandamento em seus processos de cassação após aprovação do impeachment na Câmara. Ambos, mais os tucanos e outros derrotados nas eleições presidenciais, são apontados de patrocinarem o golpe de Estado.

Ironicamente, Dilma Rousseff não possui nenhuma denúncia de crime de corrupção, desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito ou ocultação de contas bancárias no exterior.  Por isso, para a CUT e para os movimentos sindical e sociais, se não há crime, é golpe. Por isso, vamos engrossar a Virada Cultural, o Ato Unificado Contra o Golpe do 1º de Maio do Trabalhador e todas as manifestações que se seguirão para barrar ataques à democracia, aos direitos e ao patrimônio do povo brasileiro.

Confira a agenda de mobilizações pelo país