Unidade constrói a luta pela URP

Cerca de 500 manifestantes, entre servidores técnico-administrativos, professores e alunos da Universidade de Brasília realizaram mais uma atividade na manhã de sexta-feira (19) pela garantia do pagamento da Unidade de Referência de Preço (URP). A atividade saiu em carreata do ICC Norte da UnB e chegou até o Ministério do Planejamento, onde os manifestantes deixaram seus carros e realizaram um ato em frente a pasta. “Nossa Universidade já passou por 20 anos de ditadura e venceu. Colocamos para fora todos os ditadores: presidente, governador, reitor. Não admitiremos que em um período de democracia haja ditadura outra vez. Exigimos que o Ministério do Planejamento cumpra o que a Justiça determinou”, afirmou o coordenador do Sintfub, Cosmo Balbino.
O dirigente sindical ainda disse que as categorias não querem apenas o recebimento da URP neste mês, mas uma regularização do pagamento da parcela. “Mais de 500 servidores estão sem a URP desde setembro do ano passado. Nós queremos que haja uma regularização definitiva do pagamento da parcela até que seja feito um julgamento judicial do processo”, completou.
Mauro Mendes, que também compõe a coordenação do Sintfub, lembrou que a URP é um direito garantido há 20 anos e que a porcentagem é grande parte do orçamento familiar dos servidores. “Não é apenas o nosso direito que está em jogo, é o sustento de nossas famílias. A unidade neste momento é essencial para garantirmos a vitória. Enquanto um servidor sequer estiver sem a URP nós não voltaremos a trabalhar”, disse.
De cima do carro de som, a presidente da CUT-DF, Rejane Pitanga, e a deputada Érica Kokay, que representou a bancada do PT na Câmara Legislativa, também deram apoio à luta dos trabalhadores da UnB. “Não mexam na autonomia universitária, não mexam com força desses trabalhadores, não mexam com a Universidade de Brasília”, disse a deputada.
Já Rejane Pitanga lembrou que a Central está intermediando o processo de negociação para a permanência da URP desde o início. “É totalmente injusta e arbitrária a retirada de mais de ¼ dos salários dos servidores. Nós da Central Única dos Trabalhadores apoiamos o movimento paredista e não desistiremos enquanto a garantia desse direito não estiver fora de risco”, afirmou.
A novela sobre o pagamento da URP, que representa 26, 05% dos vencimentos dos servidores, vem se desenrolando desde o final do ano passado. Num primeiro momento, a justificativa pela suspensão da parcela foi um problema operacional na inserção de dados no sistema eletrônico de pagamentos do Governo Federal. Entretanto, quando o cerco estava apertando, o MPOG assumiu que a suspensão da URP foi uma determinação da pasta. Mas a decisão do Ministério foi tomada de forma arbitrária, pois a Justiça já havia se pronunciado pela continuidade do pagamento da parcela.
Com a deflagração da greve dos professores e dos servidores técnico-administrativos, o MPOG chegou a voltar atrás e enviar um documento à Secretaria de Recursos Humanos da UnB informando que o pagamento da parcela permaneceria para todos os trabalhadores da Universidade. Porém, a avaliação da diretoria do Sintfub é de que o documento é de duplo sentido e não garante, de fato, a continuidade dos 26, 05% nos contracheques. “Está tudo muito no limbo. Nada garante que receberemos nossa URP, que é um direito, apenas com este documento. Aliás, pela nossa compreensão, o documento ainda afirma que este percentual será congelado. Não admitiremos isso. A greve continua”, afirmou o coordenador do Sintfub, Antônio Guedes.
A folha salarial dos professores e servidores técnico-administrativos da UnB já foi fechada e encaminhada hoje para o MPOG. No dia 22 haverá a homologação da folha e só então as categorias poderão conferir se a inflexibilidade do Ministério foi dobrada. Para discutir e avaliar as ações seus reflexos pelo pagamento da URP, o Sintfub realizará na próxima terça-feira, dia 23, uma assembleia. A atividade será às 9h, na Praça Chico Mendes.
Com informações do site da CUT-DF