Unida, esquerda do DF lança manifesto em defesa da democracia e de Lula

Militantes de vários segmentos se reuniram em um ato suprapartidário, nessa quinta-feira (19), no Teatro dos Bancários em Brasília, para o lançamento de um manifesto em defesa da democracia e pela liberdade de Lula. A atividade integra a série de ações que está sendo realizada em todo o país pela manutenção do sistema democrático e pelo direito de Lula ser candidato nas eleições de 2018.
“Estamos aqui hoje para dizer que eles prenderam Lula para prender o Brasil que ergueu a cabeça, o país que vestiu a própria humanidade e dignidade. Nesse manifesto, estamos dizendo que nesta cidade existem homens e mulheres que vão caminhar juntos para que tenhamos a liberdade de Lula, frente ao que ela representa. Somos todos Lula”, destacou a presidente do Partido dos Trabalhadores de DF, deputada federal Erika Kokay.
O manifesto é uma proposta do PT-DF e pretende reunir milhares de assinaturas para, em seguida, ser entregue a Lula em Curitiba no próximo mês. Entre outros pontos, o documento faz um apanhado sobre o golpe e como a prisão política de Lula se encaixa na deterioração do Estado de direito.

 

“Para cometer esse crime (o golpe), contaram com a omissão e a passividade suspeitas do Judiciário e a manipulação criminosa dos órgãos de comunicação, agindo contra os interesses do seu próprio país. Rapidamente teve início o desmonte das estruturas econômicas, trabalhistas e sociais, o ataque insidioso às instituições de ensino universitário e a destruição gradual da organizações de ciência e tecnologia, indispensáveis ao desenvolvimento sustentável da nação brasileira”, afirma trecho do manifesto.
Na interpretação de Alexandre Varela, representante da Frente Povo Sem Medo, o país passa por um momento grave, que se alterna em fases. Para o militante, o cenário preocupante reforça a necessidade de se combater o fascismo. “Precisamos construir movimento que supere diferenças. É necessário ter clareza de que unidade deve se dar nas ruas com o povo sem medo de lutar. Vamos levantar nossas velhas bandeiras e reconquistar direitos”, disse.
A ação contou ainda com a participação do professor de Direito da Universidade de Brasília, Marcelo Neves. O docente apontou que o processo de condenação que prendeu Lula é nulo, já que o juiz que julgou o caso ─ Sérgio Moro ─ foi parcial. “Estamos com o Judiciário envolvido nesse golpe. Esse é um golpe que se fortifica porque tem uma linguagem judicial que põem nele uma aparência de legalidade. Esse cinismo da elite se expressa. Tem que estar mobilizados e em alerta permanente. Precisamos impedir a estagnação e o retrocesso, seja na lei ou na marra”, ressaltou.
“É importante que todos aqui considerem esse manifesto como seu. Estamos vivenciando uma ruptura democrática que não tem limites determinados e, por isso, a luta para que Lula seja livre é uma longa e árdua”, finalizou Kokay.
Fonte: CUT Brasília