Trabalhadores dizem não aos Correios

Em assembleias realizadas em todo o país, os trabalhadores dos Correios decidiram manter a greve, iniciada em 14 de setembro. Eles rejeitaram a proposta de aumento de R$ 80 linear e reajuste de 6,87% nos salários e nos benefícios formalizada na terça-feira, durante a reunião de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Mais de 18 dos 35 sindicatos estaduais que integram a Federação Nacional dos Empregados em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) optaram por dar continuidade à mobilização. Estão entre eles Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal. Os trabalhadores querem aumento de R$ 200, reposição da inflação de 7,16% e piso salarial de R$ 1.635. No Distrito Federal, a continuidade da greve foi aprovada por unanimidade. “Houve retrocesso na proposta do Tribunal. Eles pegaram a proposta dos Correios e ainda tiram o abono e cobraram alguns dias parados”, disse o diretor do Sindicato dos Correios no Distrito Federal, Jovan Sardinha da Costa.
O secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, disse que, possivelmente na próxima segunda-feira será feito o sorteio do relator do processo do dissídio coletivo que será julgado no TST. “O comando orientou a categoria a aceitar o acordo, mas ela não quis. Então a federação vai seguir em frente e dar sustentação à greve. Agora, o reajuste a ser dado será decidido na Justiça”, afirmou. “Já que não houve a aprovação da proposta pelos trabalhadores, o passo seguinte é o encaminhamento do processo ao Ministério Público do Trabalho para emissão de um parecer para, em seguida, o sorteio de um relator e o julgamento, que poderá ocorrer ainda na próxima semana”, afirmou o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen.