Todas pela igualdade

foto oficial rede mulheresO encontro da Rede de Trabalhadoras da América Latina chegou ao final em Recife, PE, com a confraternização das quase 300 participantes. Segundo o presidente da CNTE, Roberto Leão, o balanço do encontro foi extremamente positivo. “Durante esses três dias assistimos à construção de uma pedagogia que busca independência e autonomia. Um movimento que vai levar desse encontro um pouco da diversidade, da cultura, dos ritmos e da alegria do povo brasileiro”, disse.
grupo redeNo terceiro dia (18/9) da conferência da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina, as participantes se organizaram em grupos para tratar de temas relacionados ao trabalho na região. Foram formados sete grupos, que discutiram, entre outros pontos, como e o que é necessário para que a Rede se articule e fortaleça o movimento pedagógico latino-americano. Os educadores também debateram formas de serem mais propositivos e garantirem a elaboração de políticas educativas com perspectiva de gênero em cada país.
Suzane Barros da Costa, Coordenadora Geral do Sinterg – Rio Grande/RS, falou da importância do diálogo: “Aqui, a gente pode fazer uma troca de realidades de países da América Latina e do Brasil, que é bastante grande com uma diversidade significativa entre os estados e principalmente entre os municípios. Como representante de um sindicato municipal, acredito que essa troca de experiências e de realidades vai fomentar a discussão da igualdade de gênero, que deve estar presente em todas as nossas esferas de trabalho”.
rede rosilenecorra
Para a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa, o encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina foi riquíssimo: “Uma experiência que todo trabalhador deveria ter e participar. Infelizmente, não dá para todo mundo. Mas esse foi bem representativo. Um momento de muita riqueza para a troca de experiências com outros países. O que é lamentável é se deparar com situações de que ainda há muito a fazer. Mesmo no Brasil, temos muito que avançar e em outros identificamos situações piores que no nosso país”.
“Esse tipo de encontro é importante para a troca de conhecimentos e de experiências, porque vemos países e organizações já estruturadas e alguns ainda começando a dar os primeiros passos. A ideia principal é repassar as melhores práticas uns aos outros e entender os desafios. A proposta de uma Rede como essa é importante para repassar e compartilhar”, destacou Yaw FRIMPONG, da Union of Education Norway (UEN).
De acordo com Beatriz Cerqueira, coordenadora do Sindute, MG, a ocasião estimula a maior participação da mulher no movimento social: “Nós do Sindute, MG, viemos com 17 companheiras, porque achamos importante e entendemos a necessidade de empoderar as mulheres nesses espaços da política sindical. Queremos parabenizar a CNTE por ter propiciado essa oportunidade aos sindicatos de base e dizer que saímos daqui mais fortalecidas para a luta que fazemos em nossos estados”.
“É o primeiro evento internacional que eu venho e estou aprendendo muito. Vejo que poderemos levar daqui bastante conhecimento”, afirma Joseilda Barboza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Cabo de Santo Agostinho, PE. Ela acredita que os temas debatidos são voltados para a questão social que está no dia a dia das educadoras: o papel da mulher na sociedade, da política e nos movimentos sindicais. “A integração com os outros países é excelente. Além de a gente aprender a língua, também o conhecimento que eles trazem soma ao que nós temos aqui. E a gente vê que a realidade na questão do papel sindical não é diferente. Todo sindicalista, brasileiro ou estrangeiro, sofre a mesma pressão, tem que lutar sempre”, pontua.
Segundo Julia Ortiz, de Prichma, Honduras, foi possível abordar o papel social das educadoras para além da escola: “Levamos deste encontro muitas estratégias de luta e de organização das Mulheres. Aqui vimos como exigir do estado o respeito ao direito da mulher e à sua saúde reprodutiva. E que nós mulheres tenhamos espaço dentro da política pública e incidência sobre o estado para podermos participar na defesa e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.
rede yobanasalinas
Yobana Salinas, ChileYobana Salinas, presidente do Sindicato Nacional Nº2 de Trabalhadores da Fundação Integra, Chile, também destacou a importância social da educação: “Cremos que é fundamental não só o tema da educação em âmbito pedagógico, mas também em âmbito social. E quando falamos em social, falamos não só de questões políticas, de currículo. Podemos incorporar tudo o que tem a ver com sexualidade, igualdade de gênero, parte econômica etc. Questões fundamentais para a educação, desde os mais pequeninos. Se não rompermos com a desigualdade por meio da educação, dificilmente o faremos”.
Segundo Fátima Silva, secretaria de relações internacionais da CNTE, o encontro irá produzir um documento com as diretrizes e estratégias para ampliar a atuação da Rede na região. “O texto reafirma os pontos que colocamos aqui: a busca por equidade dentro das organizações sindicais, exigências de políticas públicas relativas a previdência social, saúde da mulher, combate à violência contra a mulher e também a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos”, concluiu.
No último dia, a Internacional da Educação convocou as educadoras a participarem da campanha mundial “Em defesa da educação pública”, que será apresentada na sede das Nações Unidas, no dia 5 de outubro, Dia Mundial dos Docentes. A IE está captando imagens de escolas brasileiras para edição de um vídeo, que será exibido na ocasião, e convocando os educadores e educadoras a produzirem fotos para compor um álbum que represente a realidade da educação no país. Além disso, está colhendo assinaturas de professores de todo o mundo que serão colocadas numa mensagem que será entregue ao Secretário Geral da ONU Ban Ki-Moon, no dia 24 de setembro. Roberto Leão assinou o documento durante o encontro da Rede.
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