Termina greve da educação, sem corte de ponto e pagamento de retroativo

A greve dos profissionais da Educação chegou ao fim no Pará, depois de 53 dias. Por ampla maioria, em assembleia geral realizada na sede social do Paysandu, em Belém, a categoria aceitou a proposta do governo do Estado de pagar a primeira parcela do retroativo – referente ao piso nacional de 2011 – a partir de janeiro de 2014. As demais parcelas serão pagas mediante o acréscimo real da arrecadação estadual, que será analisada a cada quadrimestre pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Ministério Público do Estado (MPE) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O pagamento do retroativo era o ponto mais polêmico das reivindicações apresentadas pelo sindicato, já que todos os outros, incluindo a regularização através de projeto de lei do Sistema Modular de Ensino (Some), a implementação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e da jornada de trabalho e hora-atividade já haviam sido atendidas pelo governo estadual.
Ainda na noite desta quinta-feira (14), a secretária de Estado de Administração, Alice Viana, afirmou “que os dias parados, que já haviam sido descontados na folha de novembro, serão estornados em folha suplementar já nesta segunda-feira (18)”, mediante a reposição das aulas e das atividades do corpo técnico-administrativo da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Reposição
Também nesta segunda, a Seduc e os professores devem começar a estudar o calendário de reposição de aulas, uma vez que cada escola apresenta uma situação diferenciada. “Há, inclusive, escolas que não aderiram à greve e outras que aderiram parcialmente. Teremos que analisar caso a caso”, explicou o secretário de Estado de Educação, Cláudio Ribeiro.
A decisão do Sintepp de acabar com a greve foi tomada depois de inúmeras rodadas de negociação, e da determinação do governo do Estado de cortar o ponto dos grevistas e descontar os dias parados. Mesmo diante das propostas destinadas a atender todas as reivindicações da categoria, o Sintepp manteve a greve, iniciada em setembro último, até a quinta-feira (14).
Favoráveis
O coordenador do Sintepp, Matheus Ferreira, também se posicionou favorável ao fim paralisação. “Não acredito que resolveremos todos os problemas da educação nessa greve. Eu ficaria mais seguro se nossas lutas prosseguissem dentro das escolas”, declarou.
Conceição Holanda, diretora do Sintepp, disse que “é preciso saber a hora de entrar e o momento de sair de uma greve. Até porque muitos fizeram da paralisação um período de férias. Por isso, entendo que voltar às salas de aula nos fortalece ainda mais”.
Agência Pará