Terceirizados encerram greve vitoriosos

Terceirizados encerram greve vitoriosos
O Sindicato dos Professores parabeniza os dirigentes do Sindiserviços e à categoria pela campanha vitoriosa, que encerrou uma greve de adesão histórica dos servidores das empresas terceirizadas. O segredo da vitória, temos a certeza, foi a união demonstrada pela categoria.

A greve dos servidores terceirizados que seguia desde o dia 1º de abril, foi encerrada nesta terça-feira (7). Mais uma vez debaixo de chuva, a categoria aprovou por unanimidade o encerramento do movimento paredista e já está de volta ao trabalho.

Depois de uma audiência de conciliação sem êxito no Ministério Público do Trabalho no último dia 6, o movimento que corria risco de ir para dissídio coletivo teve o impasse resolvido na manhã desta terça-feira, no Tribunal Regional do Trabalho. Com representantes da CUT-DF, Contracs e Sindiserviços, que representam os trabalhadores; Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, além do SEAC-DF, sindicato patronal, foi fechado um acordo que proporciona à categoria piso salarial de R$ 502 mais 10% de reajuste incidente em cada vencimento, com data base em 1º de abril. Também foi acordado tíquete alimentação de R$ 8 e a garantia de que nenhum servidor terá ponto cortado devido a adesão à greve. “Depois de tanta ameaça patronal e seis dias de greve de baixo de sol, chuva e frio, nós garantimos vitória”, avaliou a presidente do Sindiserviços, Maria Isabel. A sindicalista ainda afirmou que a categoria permanecerá unida para garantir direitos e conquistar benefícios. “Na data base do ano que vem, se o patrão nos peitar e disser novamente que a gente pode fazer greve, nós não vamos parar 10 mil trabalhadores, mas 20 mil”, afirmou.

Atualmente, a maioria dos 40 mil servidores terceirizados recebem R$ 456, menos que um salário mínimo (R$ 465). Vários deles também estavam há mais de 15 meses sem nenhum tipo de reajuste. “Com a discussão e a decisão de hoje, nós passamos a resolver problemas de precarização tanto do trabalhador como das empresas. Acredito que este é o primeiro passo para que a gente passe a escrever uma nova história para os trabalhadores que prestam serviços”, afirmou Cícero Rola, dirigente da CUT-DF.

A reivindicação inicial da categoria era de 12% de reajuste salarial e tíquete-alimentação de R$ 10. Já os patrões ofereciam apenas R$ 8, 32% de reajuste e tíquete-alimentação de R$ 7.

Unidade na luta
A solidariedade de classe também marcou a greve histórica dos servidores terceirizados do Distrito Federal. Desde a confecção de simples panfletos até a alimentação oferecida aos grevistas foram garantidas graças a colaboração dos diversos sindicatos cutistas que se uniram à luta da categoria. Além da colaboração financeira, os sindicatos também deram peso político à greve dos terceirizados. Em falações, panfletagens, mobilização da base e todas as outras as atividades, o que se viu foi um exemplo de unidade na luta.

“A reivindicação dos trabalhadores foi mais que justa e também por isso nós resolvemos nos unir à luta deles. Acredito que o apoio de todos os sindicatos deu ânimo aos trabalhadores e colaborou para a vitória da categoria”, disse o dirigente do Sindicato dos Auxiliares em Educação (SAE), Denivaldo Alves do Nascimento.

Já Valter Endres, presidente do Sinpaf (Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário), acredita que em todos as mobilizações de trabalhadores deve haver a solidariedade sindical. “Essa não era uma luta só dos trabalhadores de serviço e conservação, mas te todos nós, uma luta em defesa do trabalhador”, afirmou.

Também colaboraram para o desenvolvimento das atividades durante a greve dos servidores terceirizados a CUT-DF, o Sindicato dos Bancários de Brasília, Sintifub (Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília), Sindicato dos Comerciários, Sindser (Sindicato dos Servidores e Empregados na Administração Direta, Autarquias, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista do DF), Sindsep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF), Sindjus-DF (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal e MPU no DF), Sindicato dos Vigilantes e o PT-DF. (com informações da CUT-DF)