Sinpro repudia e luta constantemente contra violência nas escolas

O país passa por um momento de extrema hostilidade e intolerância nas relações interpessoais e o aprofundamento do golpe político, jurídico e midiático instaurado no país, bem como a falta de políticas públicas sociais, contribuem ainda mais para a disseminação da cultura do ódio. Esta hostilidade é refletida também dentro do ambiente escolar, em que a violência frequentemente é uma realidade. Os professores (as) e orientadores (as) educacionais, além de enfrentarem o desafio diário de lecionar em escolas sem estrutura, muitas vezes,  vivenciam uma rotina de desrespeito, ameaças, agressões verbais e físicas.
Comprovando a pesquisa inédita realizada pelo Sinpro, sobre violência nas escolas, mais um caso veio à tona nessa quinta-feira (20) e entrou para as estatísticas. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o professor Thiago dos Santos Conceição, 31 anos, sendo hostilizado, intimidado e agredido por alunos em sala de aula, no Centro Integrado de Escola Pública (Ciep) Mestre Marçal, em Rio das Ostras, Rio de Janeiro.
Na gravação que já repercutiu em diversos veículos de comunicação, é possível ver um dos estudantes arremessando uma pochete em direção ao professor. Um outro aluno ainda rasga uma das provas e o ofende.
Em entrevista concedida à imprensa carioca, Thiago Conceição, que leciona há dez anos, afirma que apesar continuar na profissão, teme por sua integridade, porque as agressões são constantes.
A pesquisa do Sinpro realizada entre dezembro de 2017 e março de 2018, contou com participação de 1.355 profissionais de várias regiões administrativas do Distrito Federal e o resultado assustador é um alerta para importância do combate à violência. O levantamento mostrou que 97,15% dos docentes da rede pública de ensino já presenciou ou sofreu algum tipo de agressão.
“Infelizmente, esta é a realidade vivenciada em muitos estados e a tendência é aumentar se não houver um investimento imediato na educação e na valorização dos professores e professoras do Brasil. É inadmissível que situações de extrema violência contra profissionais, em pleno exercício de suas funções, aconteça. Vivemos em um país marcado pela cultura do ódio e da intolerância e somente a educação será capaz de reverter essa situação. Nos solidarizamos ao professor Thiago e reafirmamos o compromisso da diretoria colegiada do Sinpro/DF na luta constante em defesa dos direitos e pelo fim da violência nas escolas”, afirma a diretora Rosilene Corrêa.