SindBombeiros fecha CCT e barra itens da reforma trabalhista

Após mais de seis meses de negociações, o Sindicato dos Bombeiros Civis do Distrito Federal (SindBombeiros) fechou a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. A proposta foi aprovada pelos trabalhadores e trabalhadoras em assembleia realizada na noite desta terça (15). Dessa vez, para não repetir o desfecho de 2016, em que houve o cancelamento do acordo, a entidade optou por negociar o mesmo ajuste com os dois sindicatos patronais, o SEAC e o SEPEBEC.
“Essa decisão de negociar com os dois patronais traz uma segurança jurídica para o trabalhador, que não ficará desamparado”, explica o dirigente do sindicato, Felipe Araújo Sousa.
Entre as principais propostas aprovadas da CCT está a equiparação salarial dos profissionais do ramo público e privado, o reajuste de 5% para o líder e 2,95 % para os demais trabalhadores, e o aumento de R$ 31 para R$ 33 no ticket-alimentação.
Além disso, a entidade sindical, por meio de muita persistência, conseguiu barrar a “PJotização” na profissão e limitar a contratação intermitente apenas para folgas e férias, pontos permitidos com a aprovação da nefasta reforma trabalhista do governo ilegítimo de Michel Temer. O segundo item será sustentado pela Lei nº 11.901, artigo 5º, que dispõe sobre a atividade e determina que sua jornada não ultrapasse as 36 horas. Dessa forma, fica proibida também a contratação de horista.
“Se a gente não tivesse lutado pela equiparação salarial haveria isonomia, mas nivelando os salários por baixo. O setor público reduziria os ordenados para igualar-se ao privado. Foi uma grande vitória para os profissionais”, disse o dirigente.
Segundo Felipe, essa negociação foi uma das mais expressivas para categoria, considerando a preocupante conjuntura para o trabalhador. “Para alguns, o que valem são os avanços, mas, no cenário em que vivemos, manter os nossos direitos conquistados já é uma grande vitória. Desde o início das negociações, os patrões tentaram implementar a reforma trabalhista em sua totalidade, mas conseguimos barrar muitos itens”, pontua.
Porém, apesar dos avanços conquistados, a promessa do patronal é que nas próximas convenções as negociações comecem do zero, sem manter qualquer benefício. Assim, o dirigente ressalta a necessidade da categoria estar consciente dos prejuízos e pronta para ir à luta. “Estamos todos os dias na base, tirando todo tipo de dúvida e apresentando as mazelas da reforma trabalhista. Diante disso, teremos que intensificar nossos combates para sairmos vitoriosos”, concluiu.