Seminário discute superação de preconceitos

No II Seminário sobre Orientação Sexual e Identidade de Gênero, realizado sexta-feira e sábado, 27 e 28, na sede do Sinpro-DF, representantes de ONGs, políticos e autoridades ligadas ao tema discutiram propostas que possam levar à superação dos preconceitos e da homofobia no ambiente escolar. Na abertura do Seminário o diretor do Sinpro, Misael Barreto, disse que o Sinpro sempre estará à disposição da sociedade na luta contra todo o preconceito. “Promovemos eventos dessa natureza com os professores porque temos a certeza de que eles serão multiplicadores nas escolas do esforço de construir uma sociedade sem machismo, onde negros, homossexuais, mulheres e todas as minorias sejam verdadeiramente respeitados em seus direitos”, afirmou

Também na abertura a deputada distrital Érika Kokay (PT) afirmou que a sociedade vem se libertando, mas ainda é preciso lutar contra a discriminação. “Vivo constantemente com a dor e com o sofrimento de pessoas discriminadas. Estamos em uma etapa onde a cidadania da liberdade é invadida e existe uma intolerância e uma violência sutis. Ainda há uma dor imensa quando uma pessoa define sua orientação sexual”, enfatizou a distrital, que faz parte da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Kokay ainda disse que em relação ao ambiente escolar é preciso trabalhar com a família e principalmente com os professores. “Temos jogado muita responsabilidade em cima do educador. Chegou o momento de assumirmos a responsabilidade e exigir a existência de uma rede para assegurar a lógica de direitos. Cabe ao professor reivindicar o mínimo de ajuda para lutar contra este mal”. A opinião da deputada foi abalizada por Michel Platini, vice-presidente da ONG Estruturação. Segundo ela cada dia um gay, lésbica ou transexual morre vítima de homofobia. “Este povo luta para sobreviver, já que a discriminação é constante”. Platini revelou ainda que o seminário promovido pelo Sinpro é de grande importância para o combate a homofobia nas escolas porque promove e oferece saídas para que estudantes homossexuais possam se defender de agressões.
O Projeto de Lei 22, que trata sobre a homofobia e está em tramitação no Senado Federal, foi levantado pelos participantes da mesa como uma das grandes medidas capazes de diminuir o preconceito e a discriminação. Para a secretária de Direitos Humanos do governo, Michele Benevides Meira, o Brasil possui hoje 18 milhões de gays, lésbicas ou bissexuais, fato que obriga a sociedade organizada a pensar medidas de combate ao preconceito. Segundo Michele, uma das saídas é a educação. “O movimento homossexual completa 30 anos e conseguiu algumas vitórias. É preciso a criação de políticas públicas para o combate à homofobia e contra o preconceito. A sociedade precisa discutir isto e encontrar saídas”, finaliza.
O Seminário contou com a presença de vários diretores do Sinpro-DF, além de autoridades e conhecedores da área.