Sem receber, terceirizados continuam paralisados

Como trabalhar sem receber? Essa é a pergunta que milhares de terceirizados da limpeza e merendeiras das escolas públicas do Distrito Federal fazem todos os dias. O constante descaso do GDF e das empresas patronais obrigam a categoria a permanecer paralisada e constante na luta por seus salários e benefícios desde o início de janeiro.
Em reunião com diretores do Sindserviços, sindicato que representa esses trabalhadores, a Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEE/DF) informou que repassaria a verba para que as firmas quitassem os débitos com seus empregados até o dia 22 deste mês. No entanto, mais uma vez, a promessa não foi cumprida e cerca de 1.500 empregados da empresa Servegel e quase 900 da Real JG estão sem o pagamento do mês de janeiro e o 13º salário de 2016. Também sem os vencimentos, encontram-se os três mil funcionários da empresa Juiz de Fora e os 800 da G & E Serviços.
Mas, a injustiça não para por aí. Como se não bastassem os mais de dois anos de negligência dos patrões, os terceirizados ainda precisam lidar com as inúmeras pressões em seus locais de trabalho. As direções das escolas não apoiam a greve e, constantemente, ameaçam transferir os trabalhadores para unidades escolares mais distantes. Todo esse maltrato tem provocado elevados níveis de estresse e adoecimento da categoria.
O diretor de comunicação e imprensa do Sindiserviços/DF, Antonio de Pádua Lemos, critica a ação do GDF e ressalta que a falta de compromisso atinge toda a população. “É um descaso sem limites que afeta a sociedade em geral. É ruim para os alunos, para os pais e, principalmente, para os trabalhadores. Esperamos uma solução para esta situação, pois do jeito que está, não pode continuar”, afirma.
A direção do Sindiserviços/DF já realizou diversas denúncias junto ao Ministério Publico do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/DF). O sindicato participou também de inúmeras audiências públicas e de reuniões com representantes das empresas e do governo que prometem regularizar a situação, mas não fazem nada.
Além da paralisação das atividades, vários trabalhadores têm realizado piquetes nas regionais.