Saúde do professor: até quando o desrespeito?

O governo Arruda mostra, novamente, um grande desrespeito com o servidor público da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Em um nítido sinal de descaso, professores ficam até nove horas aguardando o atendimento na Diretoria de Saúde Ocupacional (DSO), ex-GPMO, da 711 Norte. Com a necessidade de trocar atestados ou fazer perícias médicas, nem mesmo pessoas com problemas mais sérios de saúde têm prioridade. Entre as maiores reclamações estão a falta de médicos para um adequado atendimento e descaso dos funcionários do órgão. Nesta terça-feira, 6, cansados de esperar por atendimento, vários professores entraram em contato com a diretora do Sinpro, Maria José Barreto, a Zezé, que esteve no local durante a tarde e constatou o desrespeito aos professores.
“A situação que vemos aqui é insustentável. O secretário de educação (José Luiz Valente) está fazendo isto justamente para dificultar a vida do professor, impedindo assim que ele pegue atestados médicos e permaneça na sala de aula doente”, analisa Maria José. A professora do Centro de Ensino Fundamental 2 (Guará), Sunamita Ferreira, era uma das mais revoltadas com o desrespeito da Diretoria de Saúde Ocupacional. Após chegar às 9h da manhã, ela ficou aproximadamente nove horas sentada aguardando a perícia para pegar um atestado. “Era para eu dar aula hoje às 13h e agora são 17h30 e ainda estou aqui. Quando precisamos vir perdemos o dia todo e temos de agüentar o mau atendimento e muita falta de respeito”, diz.
Em outro caso, uma professora gripada era obrigada a permanecer em contato com outras pessoas sem ao menos uma máscara. “Eu estou muito gripada e como estava demorando muito fui apenas perguntar quantas pessoas tinham na minha frente. Uma funcionária disse que as pessoas gripadas não tinham prioridade e que era para eu esperar. Onde está o respeito com a saúde dos outros?”, pergunta a professora do CEM 417 de Santa Maria, Patrícia Franco. O exemplo revela uma contradição do GDF, que no início do semestre solicitou que as pessoas com gripe tomassem certas precauções devido ao surto de gripe suína.
É justamente esta situação que o Sinpro-DF colocará em pauta na reunião marcada com o secretário Valente no dia 14 de outubro para discutir a questão da saúde do professor. “Vamos reivindicar mais postos de atendimento nas outras cidades, mostrar a necessidade em se contratar mais médicos e buscar uma saída para a calamidade que se transformou este órgão (DSO)”, comenta Maria José. Um abaixo assinado feito pelos professores foi colhido e será entregue à Secretaria como sinal de protesto. Professor, denuncie! Entre em contato com a Secretaria de Saúde do Sinpro e faça valer seus direitos.