RS: Educadores em greve há 70 dias pressionam governo Sartori a negociar

Após assembleia, educadoras e educadores fecharam federação empresarial para pressionar governo estadual, que permanece intransigente e quer levar a educação pública à falência.

Após reunirem-se na última terça-feira (14/11) em frente à sede do CPERS, em Porto Alegre, educadoras e educadores de diversas regiões do Estado seguiram em caminhada até a Federasul (Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul), onde trancaram as portas de acesso ao local como forma de pressão para que o governo Sartori recebesse o Comando Estadual de Greve.
“O vice-governador, José Paulo Dornelles Cairoli, veio desta casa. Este prédio, assim como o da FIERGS, representa os empresários que sonegam impostos que não entram nos cofres públicos para honrar os nossos salários. Desde 2015, quando o governo começou a alegar a crise, estamos denunciando isso. Hoje, viemos aqui dizer para os empresários que o pagamento do 13º salário, até 20 de dezembro, é um direito nosso. Viemos aqui para dizer que assim como os empresários, que sugam o Estado, impedindo que possamos receber nossos salários em dia, parando as nossas vidas, hoje nós vamos parar o funcionamento desta casa”, declarou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer em frente à Federasul.
Os educadores permaneceram no local até o início da tarde, quando seguiram em caminhada até o Palácio Piratini. No local, professores e funcionários de escola denunciaram o descaso do governo Sartori com os direitos dos educadores e com a educação pública.
A categoria já está há 70 dias em greve, sem que o governo apresente uma proposta que atenda as principais exigências do magistério estadual: garantia dos salários pagos em dia, até o último dia do mês, conforme prevê a Constituição; garantia do pagamento do 13º salário até 20 de dezembro deste ano; e abertura de uma Mesa de Negociação para discutir a recuperação das perdas inflacionárias, que já chegam a 21,85%.
Está nas mãos do governo o término da greve dos educadores
Em frente ao Piratini o Comando de Greve Estadual, mais uma vez, solicitou audiência com o governo. Após alguns minutos de espera, o segurança da casa informou que o governo não teria como atender o Comando hoje e que não há previsão para um novo encontro.
“Em Assembleia, decidimos que continuaríamos em greve e hoje já estamos aqui embaixo de um sol escaldante, buscando a negociação para tentarmos resolver o impasse. O governo, que investe forte na mídia, não venha falar que tem responsabilidade com os alunos, pois se tivesse nos recebia e apresentava uma proposta decente. A responsabilidade da continuidade da greve tem nome, endereço e CPF, é José Ivo Sartori. O único responsável para cada dia mais que estivermos em greve”, disse a dirigente do CPERS.
“Queremos somente aquilo que o governo nos retirou nesses três anos: a reposição salarial de 21,85%, pagamento do 13º até o dia 20 e a garantia de que não teremos mais nossos salários parcelados. O governo disse que a partir de agora vai endurecer. Nós estamos acostumados, porque a nossa vida já está muito dura nesses três anos. Nós queremos uma ação do governo e essa ação é nos receber para uma negociação de verdade. Continuamos na luta”, afirmou Helenir.
Fonte: CUT Brasil