Rollemberg prepara demissões em massa e elitização da limpeza urbana

Rollemberg acaba com coleta seletiva nas cidades satélites e mantém apenas no plano piloto, denuncia o Sindlurb, sindicato dos trabalhadores na limpeza urbana. Outra medida nociva do governador na área de limpeza, conforme teve acesso o Sindlurb, está no edital para contratação de empresa para prestar os serviços, que são feitos atualmente pelas empresas Sustentare e Valor Ambiental. No edital o valor pago a empresa a ser contratada será pouco abaixo do atual. A diferença é a exigência para a empresa vencedora trabalhar com menos da metade dos funcionários contratados atualmente. Dos contratos vigentes, um foi estendido e os outros acabarão no próximo ano.
“São medidas extremamente prejudiciais aos trabalhadores que estão sendo demitidos em massa e à população que paga altos impostos e terá o serviço de limpeza reduzido. Estamos lutando com todas as forças para manter os empregos e a cidade limpa e para que a população de Brasília não seja lesada”, informa Raimundo Nonato, diretor do SindLurb.
A desculpa do governo Rollemberg para o “corte de gastos” é a “crise”, conforme anuncia pela mídia. Mas as medidas são inconsistentes ao se verificar as minúcias dos seus editais, segundo afirma o presidente do Sindlurb, Cláudio de Oliveira. “As empresas estão recebendo 7 milhões e pouco de reais atualmente. Nesse novo contrato vão receber 6 milhões e alguma coisa. É uma economia pequena para o tamanho da redução dos serviços e do quadro de trabalhadores. O prejuízo social não justifica essa economia”, mostra o dirigente.
Regiões em que hoje são necessários 26 caminhões para fazer a coleta do lixo vão passar a ter disponíveis apenas 11 veículos, aumentando o trabalho dos coletores. De acordo com o diretor financeiro do Sindlurb, Raimundo Nonato, a redução de trabalhadores na limpeza já sofreu corte brutal: “em 2002 eram 15 mil trabalhadores no DF e agora são só 5 mil”.
As demissões em massa já estão na agenda do Governador há algum tempo, desabafam os dirigentes sindicais. Só este ano já foram 73 trabalhadores demitidos. Inicialmente 43. Após esses, outros 30 foram demitidos por justificativas estranhas: excesso de falta, de atestados, e outros motivos pequenos, informa Cláudio de Oliveira. Após conversas nos últimos dias com a direção do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o órgão prometeu não demitir mais nenhum funcionário com essas justificativas.