Rodoviários fecham data-base com vitória histórica

Assembleia dos rodoviários no domingo (8), no estacionamento do Conic, pôs fim a um ciclo de muita expectativa e especulação. Apesar da intransigência dos empresários do transporte coletivo, a categoria arrancou um reajuste salarial de 20%, afastando a possibilidade de greve no setor a partir desta segunda-feira.
E não foi só isso. O acordo firmado, que retroage a 1º de maio, prevê ainda aumento de 40% na cesta básica e acréscimo de 20% no vale-alimentação.
Os motoristas que hoje recebem R$ 1.607 passarão a ganhar R$ 1.928. Os cobradores também terão os vencimentos aumentados, de R$ 840 para R$ 981. Os motoristas de ônibus articulado terão um acréscimo de 10% nos salários.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal (SITTRATER-DF), João Osório, enfatizou que a categoria está de parabéns. “Agradecemos o empenho de todos os envolvidos nesta conquista histórica, marcada por muita especulação em nosso meio. Saber que nosso empenho, a nossa dedicação e o compromisso de cada um, com o seu trabalho, é sem dúvida nenhuma muito gratificante”.
Essa conquista também foi uma resposta contundente à oposição, “que sempre nos criticou, e espalhou boatos de que a data-base só seria fechada no ano que vem”, disse o diretor de Imprensa do Sindicato, João Dão.
O dirigente Saul Araújo lembrou que o acordo foi fechado sem greve. “Bem diferente do que aconteceu no Maranhão, por exemplo. Os colegas de lá enfrentaram 16 dias de greve para conseguir um reajuste de 7,5% e as tarifas aumentarão cerca de R$ 0,30. Ruim para os trabalhadores e para os usuários”.
O secretário de Comunicação da CUT Brasília e dirigente rodoviário, Marcos Junio Duarte Nouzinho, destacou a união da categoria em torno do Sindicato e o empenho do GDF em resolver a questão. “Os rodoviários apostaram na seriedade dessa diretoria em negociar. Seja com o governo, seja com os empresários. Vale registrar a postura do GDF, que manteve a palavra, reconhecendo as dificuldades dos rodoviários e levando os empresários a fechar o acordo. Assim, a população pode ficar tranquila pois não haverá greve e, o melhor, os empresários não falaram, durante a negociação, em reajuste de tarifas.”