Professores estaduais rejeitam aumento proposto por Governo e anunciam paralisação

Os professores da rede estadual de educação rejeitaram a proposta de reajuste salarial oferecida pelo Governo, de 5% a partir de outubro, e anunciaram paralisação de 24 horas. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (26) durante assembleia realizada em frente ao Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador Antonio Anastasia.
De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), mil professores participaram da reunião e foram unânimes em relação à proposta de reajuste. “É insuficiente. Queremos uma proposta de piso salarial, e não reajuste. O governador sabe das nossas reivindicações e não há possibilidade de voltarmos atrás”, disse Beatriz Cerqueira, presidente do sindicato.
Ela explicou que a categoria exige piso salarial de R$ 940 para uma carga horária de 24 horas. No entanto, conforme Cerqueira, o Estado paga apenas subsídio. No próximo dia 4, representantes do Sind-UTE irão se reunir, às 14h30, com a secretária de Educação e Planejamento, Ana Lúcia Gazzola, para novas negociações. Já no dia 8 de outubro, os professores voltam a fazer uma nova assembleia e pararam suas atividades.Por causa do impasse, os docentes estão acampados em frente ao Palácio das Mangabeiras desde o dia 30 de agosto.
De acordo com estimativa oficial feita pela Polícia Militar de Minas Gerais, no máximo 300 pessoas compareceram ao ato. Das 340 cadeiras colocadas no local, várias estavam vazias.
Aumento varia de 5% a 7,62%
Na segunda-feira (23), o Governo de Minas se reuniu com os servidores da rede estadual de ensino, quando anunciou o reajuste que varia de 5% a 7,62% nos vencimentos de profissionais de Educação do Estado. Já a partir de outubro, os salários de todos os professores e demais profissionais de educação básica do Estado serão reajustados em 5%, beneficiando 417 mil cargos de profissionais da educação básica, entre ativos e aposentados.
O Governo do Estado anunciou também que, atendendo a reivindicação das entidades, antecipará para janeiro de 2014 a progressão na carreira de profissionais da educação básica, antes prevista para janeiro de 2016. Os servidores com direito a esse benefício, que premia o tempo de serviço, terão um reajuste adicional de 2,5% sobre a remuneração. Com isso, terão seus vencimentos reajustados em 7,62%.
 
Além desses reajustes que estão sendo concedidos em função da política remuneratória e da progressão na carreira, profissionais da educação básica do Estado também terão seus salários aumentados em função de pagamentos referentes ao reposicionamento na carreira, que considera todo o tempo na carreira e beneficia servidores ativos e inativos.
 
Em 2013 e 2014, a folha de salários da Educação será acrescida em aproximadamente R$ 890 milhões referentes a duas parcelas da Vantagem Temporária de Antecipação do Posicionamento (VTAP).
Aumento médio total chega a 19,9%
Somando os valores decorrentes do reajuste geral da política remuneratória àqueles da antecipação da progressão na carreira e da 3ª parcela do reposicionamento na carreira, os professores da educação básica de Minas chegarão em janeiro de 2014 com um aumento médio total de 19,9% em seus salários em relação a novembro de 2012. Aproximadamente 91 mil cargos serão reajustados de 15% a 30% e outros 39 mil, entre 10% e 15%.
A progressão da carreira, que foi antecipada pelo Governo do Estado de janeiro de 2016 para janeiro de 2014, contempla aproximadamente 175 mil cargos, o equivalente a 42% do total da folha da Educação. Ela será concedida aos servidores com dois anos de efetivo exercício no mesmo grau a partir de janeiro de 2012 e duas avaliações de desempenho individual concluídas após aquela data, como previsto na Lei nº 15.293.
Fonte: Hoje em Dia