Professores do Novo Gama obtêm vitória histórica e encerram greve de 71 dias

 

O Sinpro-NG obteve uma grande vitória nesta terça-feira (20), que pôs fim aos 71 dias de greve dos professores da rede pública municipal do Novo Gama. Ganharam os professores, ganharam os alunos, ganhou a educação pública.
Após muita pressão do Sindicato, o Executivo local finalmente apresentou uma proposta à categoria, aprovada em assembleia, retomando a jornada ampliada – retirada unilateralmente pela prefeitura no começo do ano.
Com a redução da carga horária de trabalho e de aulas, os salários dos professores seriam cortados pela metade. Isso sem falar que o ano letivo passaria para 296 horas-aula, reduzindo drasticamente o tempo de permanência da criança na escola e a qualidade do ensino oferecido.
À época, o presidente do Sinpro-NG, Francisco Soares Lima, explicou que as atividades do professor não se limitam às horas em sala de aula, mas também “ao dispêndio com inúmeras horas com estudos, para aperfeiçoamento profissional, correção de provas, avaliação de trabalhados e registro de notas, atividades indispensáveis ao desejável ensino público de qualidade”.
Em nota, o Sinpro-NG enfatizou que a luta foi árdua, “na qual tivemos que ser mais enérgicos e nos indispusemos com alguns […] no entanto conseguimos o nosso objetivo e nenhum momento titubeamos com relação à possibilidade de obtermos a vitória”.
Entre os 15 pontos que constam da proposta da prefeitura estão a implantação imediata da jornada ampliada nas 32 escolas municipais; compromisso do município em complementar os salários dos professores que recebem abaixo do piso nacional; não desconto dos dias parados (mediante reposição das aulas); retorno de todos os professores a seus postos de trabalho, respeitadas modulação e remoção, não havendo perseguição ou retaliação à sua lotação, em qualquer aspecto jurídico ou administrativo; e instalação de mesa permanente de negociação.
Os professores retomaram as atividades hoje (21) em todas as escolas. “Acreditamos plenamente em um novo recomeço e na retomada imediata da mesa de negociação permanente”, disse Francisco Soares.
A CUT Brasília e sindicatos filiados acompanharam de perto todo o desenrolar da situação, dando apoio político e logístico às atividades do Sinpro-NG.
O presidente da Central, Rodrigo Britto, comemorou a vitória dos professores, lembrando que a luta é bem maior. “Temos compromisso com a classe trabalhadora, com os professores do Novo Gama e suas justas reivindicações, mas a questão é mais profunda. Para além de uma disputa aparentemente corporativa, estamos lutando pela construção de um ensino público de qualidade, o que se refletirá mais à frente na transformação da sociedade, tornando-a mais justa, igualitária, dando oportunidade para todos. Essa sempre foi a nossa meta. E parabéns ao espírito de luta e ao compromisso dos professores com a educação e a sociedade”, enfatizou
Secretaria de Comunicação da CUT Brasília