Professores do estado do Pará param

Professores da rede estadual de ensino entram em greve a partir da próxima segunda- feira (23). A decisão foi tomada em assembleia geral, realizada na manhã de ontem, na sede do Clube de Remo. Após a assembleia, os trabalhadores da educação seguiram em caminhada até o Centro Integrado de Governo (CIG), onde forçaram a entrada e foram recebidos pelo secretário Especial de Promoção Social, Alex Fiúza de Melo, e pela secretária de Estado de Administração, Alice Viana.
A greve foi anunciada na manhã de ontem, apesar de uma reunião já está marcada para terça- feira (24). De acordo com o Governo do Estado, a decisão da categoria pode atrapalhar as negociações. “Isso vai ter um impacto no governo, porque nós vamos ter de cuidar de outras prioridades, como os alunos que terão de ser atendidos nas escolas onde houver paralisação. Vamos ter de colocar outras preocupações de curto prazo na agenda, que não estavam antes. Isso altera completamente o calendário da negociação”, afirmou Alex Fiúza de Melo.
O aviso de deflagração da greve já foi protocolado na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), respeitando o prazo legal antecipado de 72h. “A situação chegou a tal ponto caótico pela insatisfação na resposta das demandas encaminhadas, o que fez com que a assembleia votasse pela greve”, justifica Maurilo Estumano, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Pará (Sintepp).
Com a greve, o quadro de 25 mil trabalhadores, entre técnicos e professores, deve ficar comprometido. Participaram da assembleia de ontem cerca de 800 servidores, de acordo com o sindicato. Muitos deles caminharam até o CIG, localizado na avenida Nazaré, e invadiram o órgão, danificando o portão de entrada. “Não houve negociação. Eles jogaram a decisão para a categoria”, sintetiza Estumano.
Os secretários que receberam uma comissão de trabalhadores destacaram a violência dos manifestantes para entrar no CIG e pontuaram que em nenhum momento o Governo do Estado se mostrou avesso às reivindicações.
Desde o início do ano o sindicato vem apresentando pauta de reivindicações, que cobra a regulamentação da lei de jornada de trabalho de 1/3 de hora atividade e do Sistema Modular de Ensino (Some), que desloca professores para o interior do Estado; profissionalização das outras categorias envolvidas no sistema de educação; cumprimento do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR) unificado e Lei do Piso. “O Governo só veio pagar o piso a partir da implantação do PCCR, o que gerou um crédito ao trabalhador de quase um ano, no período de 2010/ 2011”, explica o coordenador do Sintepp.
Os trabalhadores exigem o pagamento do retroativo e a unificação do PCCR, que atualmente só beneficia os professores. “A greve não é boa para o governo, trabalhadores e sociedade, mas é uma medida legal, uma resposta do trabalhador para que o governo se sensibilize com a categoria”, enfatiza Estumano. “O sindicato está aberto ao diálogo, disposto a negociar. O governo se mantém omisso, é isso o que deixa a nossa categoria insatisfeita”, completa.
Com informações do Diário do Pará