Professores da rede privada iniciam campanha salarial e cobram valorização da categoria

Para aprovar a pauta de reivindicações da campanha salarial 2017/2018 e definir os próximos passos de mobilização da categoria, o Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF) realiza assembleia geral em 18 de fevereiro, às 9h, em sua sede.
A campanha deste ano, além de exigir melhores condições de trabalho, tem como principal objetivo conscientizar pais e população sobre as dificuldades dos professores da rede privada. Para tanto, o Sinproep-DF iniciou uma série de visitas às escolas e colagem de cartazes que retratam o dia a dia e as reais necessidades dos docentes.
Principais reivindicações dos professores da rede privada:

  • Hora Atividade

Aumento para 2 horas a Hora Atividade;

  • Licença Maternidade

Ampliação da Licença Maternidade de quatro para seis meses;

  • Licença paternidade

Aplicação da Licença Paternidade;

  • Estabilidade para gestante

Em muitos casos, após voltar da licença-maternidade, a professora é demitida. Para barrar essa medida autoritária, o sindicato exige estabilidade de 12 meses após a volta do afastamento;

  • Auxílio alimentação

Pagamento do Auxílio Alimentação que não é pago por todas as empresas;

  • Plano de Saúde

Devido os constantes afastamentos por estresses e desgastes, a categoria reivindica a implantação do Plano de Saúde do Professor;

  • Ganho real de salário

Reajuste acima da inflação, estimada em 7,3% para este ano, e reposição das perdas salariais.
Para o diretor de comunicação do Sinproep, Trajano Jardim, a campanha salarial deste ano não será fácil para a categoria. Ele aponta a suspensão da súmula 277 como ameaça aos benefícios dos docentes, pois garantia a proteção dos direitos conquistados em acordo coletivo entre o fim da data base e a assinatura de um novo acordo.
“Nossa meta é fechar o acordo até a nossa data base, em 1º de maio. Se não fecharmos nesse período, teremos que começar do zero. Isso significa a perda de inúmeros benefícios já conquistados em acordos anteriores”, afirmou.
Em relação ao reajuste salarial, Jardim destacou que o sindicato patronal, mesmo reajustando as mensalidades das escolas particulares em 15%, irá se opor à pauta proposta pela categoria. “Eles vão endurecer o discurso e não aceitarão nossas exigências facilmente. A mensalidade das escolas aumenta, mas o nosso salário não acompanha essa correção”, disse.
Outro obstáculo encontrado pelos docentes é a grande rotatividade do setor, que acarreta no medo de represálias e, consequentemente, dificulta a atuação do sindicato na mobilização da categoria.
“Apesar de termos estabilidade no período de 1º de abril a 30 de novembro, o rodízio de funcionários é muito grande. Assim que o professor passa do piso salarial, é demitido para que seja contratado outro com menos gastos. Por esse motivo, docente tem medo de protestar e perder o emprego. Mas, apesar desses empecilhos, é preciso que a categoria esteja unida e preparada para lutar pela ampliação de nossos direitos”, concluiu o diretor.