Professora protesta contra truculência de José Serra

O desabafo de uma professora da rede pública de ensino e doutora em Fisiopatologia em Clínica Médica de São Paulo retrata o que vários professores vêm passando no estado com o governo de José Serra. Segundo a educadora, o governador se recusa a receber os professores e manda a polícia impedir qualquer manifestação com truculência e agressividade. Enquanto Serra diz na televisão que incentiva o aperfeiçoamento curricular dos educadores, a história vista por eles é bem diferente, a ponto de não receberem incentivos para isto. A matéria abaixo foi retirada do site www.paulohenriqueamorim.com.br.

Sou professora efetiva da rede pública e doutora em Fisiopatologia em Clínica Médica.
Enquanto o José Serra sai do Governo de SP para não conversar com os professores, ele manda a Polícia nos receber com truculência e agressividade. Me senti uma bandida e não uma pessoa tentando uma audiência com as autoridades para requisitar os seus direitos. Eu não posso imaginar q esse seja o mesmo José Serra q participou da UNE e foi exilado por lutar pela democracia. O mesmo ex-membro da UNE agora manda atacar professores e alunos q estavam apenas com “flores” nas mãos.
Infelizmente, acho q a música de Geraldo Vandré “Pra não dizer que não falei das flores” caberia muito bem atualmente no governo de SP.
É isso, o desabafo de quem não aguenta mais tantas mentiras.
Enquanto o Serra diz na TV que estimula o aperfeiçoamento de professores, eu tive que fazer meu doutorado sozinha, trabalhando 3 dias na semana e ganhando apenas 900, 00 por mês. Tentei no início um afastamento com as tais prometidas bolsas da secretaria da educação, mas nunca podia nem chegar à seleção das mesmas, pois eu me encontrava sempre em categorias que não seriam contempladas.
E essas categorias nem eram relacionadas a currículo, pois considero o meu bom: estudei o Ensino Fundamental e o Médio em escolas públicas, fiz graduação em Ciências Biológicas pela Unesp e Doutorado em Fisiopatologia em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu.
Bom, na época da defesa tentei um afastamento curto (1 semana q fosse) pra apenas preparar minha aula com calma, porém descobri q isso era impossível. Inclusive tive q arcar com a falta no dia da defesa, nem nesse dia tive direito a faltar. Mas consegui, por méritos meus é claro. A única coisa q me dá aversão é ouvir essas propagandas enganosas em relação ao seu incentivo ao aperfeiçoamento de professores.
Ah, sobre a prova de mérito para aumento de salário, eu passei, mas não vou receber aumento pq sou uma NÃO HABILITADA. Sabe p q ? Não tenho os 1000 e tantos dias na rede pública. Tenho só 900 e muitas faltas pra cumprir compromissos de congressos, disciplinas, parte prática – tudo relacionado ao doutorado.