Presos quatro acusados de ferir dezenas com rojão durante a Parada Gay

SÃO PAULO – A Delegacia de Crimes Raciais e Crimes de Intolerância (Decradi), prendeu quatro pessoas acusadas de ter jogado um rojão, com bico dobrado, do alto de um prédio durante a Parada do Orgulho GLBT. O evento, que reuniu cerca de 3 milhões de pessoas , foi realizado em junho deste ano. O rojão, inicialmente confundido com uma bomba , deixou pelo menos 44 pessoas feridas pelos estilhaços. O rojão teria sido jogado do alto de um prédio, por volta de 21 horas, atingindo participantes da parada que estavam na Rua Vieira de Carvalho, tradicional reduto de bares gays. Os detalhes da prisão serão divulgados ainda hoje pela polícia paulista.
Os fragmentos atingiram pernas, braços, costas e rostos das vítimas. Houve correria e algumas pessoas caíram no chão. Vinte e uma pessoas foram socorridas por ambulâncias do Samu e levados a cinco hospitais da região. Outros feridos foram a hospitais levados por amigos. A rua fica entre a Praça da República e o Largo do Arouche, local de dispersão da parada. Um dos participantes da festa, Luciano Cavalcanti, afirmou na ocasião que o barulho foi ensurdecedor e, logo em seguida, viu um amigo machucado.
Esta não foi a única agressão ocorrida na última Parada Gay em São Paulo. Na região da Consolação, quatro foram vítimas de agressão. Um dos agredidos, o cozinheiro Marcelo Campos Barros, de 35 anos, morreu. Barros foi agredido na Praça da República Ele não teria participado da Parada e estaria apenas passando pelo local, segundo amigos dele.
O último ato de violência durante a Parada havia ocorrido em junho de 2007. Depois da Parada Gay daquele ano, o turista francês Gregor Erwan Landouar, de 35 anos, foi morto com uma facada no abdômen, ao sair da lanchonete Ritz, na Alameda Franca, nos Jardins. Ele estava acompanhado de três pessoas, que tinha conhecido no local naquele dia. Menos de um mês depois, o punk Genésio Mariuzzi Filho, de 23 anos, apelidado de Antrax, foi detido. O rapaz, dizendo-se integrante da gangue Devastação Punk, confessou à polícia que praticou o crime para descontar a raiva por seu grupo ter perdido uma briga com uma gangue rival. Durante o julgamento, ele afirmou que “deu azar” porque o caso foi amplamente divulgado pela mídia. Ele foi condenado a 27 anos e seis meses de prisão.