Outras Pautas: participação supera expectativas


Educação, cultura, periferia, exclusão, individualismo versus coletividade, solidariedade versus omissão. Estes foram apenas algumas das questões debatidas na noite de terça, 8, no projeto “Outras Pautas”, que em sua primeira edição contou com a participação dos rappers e ativistas sociais MV Bill, do Rio de Janeiro, fundador da Central Única das Favelas (CUFA) e do brasiliense GOG.
“Pela receptividade do público e pela vontade de debater, opinar, se posicionar, percebemos que realmente há sede de outras pautas, de outras visões, de espaços onde as pessoas possam ter voz e compartilhar com outras pessoas suas inquietações sobre o mundo em que vivem” ressaltou Rosilene Correa, coordenadora da Secretaria de Imprensa do Sinpro. O evento foi transmitido ao vivo pela internet e pela TV Comunitária Cidade Livre (brevemente divulgaremos os horários em que ele será reprisado).
Ao final do debate MV Bill elogiou a iniciativa do Sindicato: “fiquei muito orgulhoso de ter aberto esse projeto e considero que essa iniciativa,  de uma entidade dos professores, é ainda mais importante, pois representa  uma porta aberta para um encontro entre diferentes pensamentos. É isso que leva à transformação”, afirmou.
Durante o debate ele ressaltou que três leituras foram fundamentais para que ele começasse a construir sua consciência como ativista: as obras de Abdias do Nascimento, entre elas “O Negro Revoltado”,  Malcom X, ativista negro dos EUA e Darcy Ribeiro, em especial um livro seu que trata de Zumbi dos Palmares. “Foram leituras determinantes para eu me reconhecer e  entender que algo estava errado”, afirmou.
MV Bill acredita que o trabalho realizado pela Cufa tem conseguido dar voz e vez aos moradores de favela e tem levado seus valores a serem reconhecidos. “É interessante ver muitos projetos que iniciamos criarem vida própria, mas lamento um pouco a falta de mobilização que ainda existe em determinadas situações. Falta mais vontade das pessoas em lutarem pelo que consideram certo”, afirmou.
GOG lembrou que para conseguirmos transformações sociais não basta cada um fazer a sua parte, mas é preciso se sentir no outro e fazer a ação social pensando que o diferente é que faz o recheio do diverso.
Ao final do debate várias pessoas participaram com perguntas e tantos queriam participar que o tempo foi curto para as intervenções do público. Pessoas como a professora de Sociologia Lucimar, que alertou para o conservadorismo das escolas em discutir a diversidade da sociedade e lembrou que é preciso revolucionar a formação dos educadores. Ou como o aluno do Ciap de Planaltina, IP, de 19 anos, que defende que esse tipo de discussão chegue aos menores que muitas vezes viram infratores por falta de consciência do que está em jogo.
Ao longo de 2012 o “Outras Pautas” terá continuidade com a participação de outros convidados e de toda a comunidade. O objetivo do Sinpro é contribuir  com a discussão de temas relevantes para a construção de uma sociedade mais democrática e participativa.
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