Os três poderes têm que se unir mais pela Educação

Dentro das estruturas de poder, muitas vezes é disseminada a ideia de que cabe apenas às secretarias de educação resolver os problemas relativos à área. Com o debate da educação integralGlossário compartilhado de termos de inovação em educação  ganhando cada vez mais espaço na agenda pública da sociedade civil, é preciso extrapolar a ideia de que a educação é responsabilidade apenas de secretarias de governos e que ela ocorre somente dentro dos muros das escolas. Sendo assim, é fundamental propor uma articulação maior entre o trabalho desenvolvido por municípios, estados e o governo federal e entre as diversas secretarias que compõem as máquinas de poder. Tudo isso, para que o direito a uma educação de qualidade seja plenamente assegurado a todos. Isso é o que afirma a superintendente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), Anna Helena Altenfelder.
Especialista no tema, a professora Anna é uma das participantes convidadas para o 2º Congresso Educação: agenda de todos, prioridade nacional, organizado pela ONG Todos Pela Educação, que será realizado nos dias 10 e 11 de setembro em Brasília. Ela vai participar numa sessão de debates que vai discutir a articulação entre os entes da federação na garantia da educação de qualidade no país. O direito à aprendizagem, seja qual for o nível de ensino e independentemente da responsabilização das respectivas esferas de poder, também será um dos temas a serem discutidos na ocasião. O evento poderá ser acompanhado por transmissão on-line.
 
É justamente contra a cultura do “isso não é responsabilidade da minha esfera administrativa” que Anna se opõe. “Não faz sentindo os entes da federação se isolarem no cumprimento apenas do seus requisitos constitucionais. Sendo assim, a educação infantil não receberia nenhuma atenção da Secretaria Estadual, é isso? Não pode ser assim. É preciso uma maior articulação e um regime de colaboração mútua, mais ampla”, afirma a superintendente do Cenpec. Para ela,  a discussão sobre educação integral fortalece ainda mais o debate sobre os direitos à educação para todos e a importância de propor um ambiente cada mais intersetorial dentro das esferas de poder. “As diferentes dimensões governamentais deve se unir num mesmo projeto. Num projeto de educação entendido dentro dessa perspectiva de pensar o aprendizado de qualidade como direito de todas as crianças.”
Segundo ela, em alguns locais que propuseram essa articulação entre governo e município e também entre secretaria municipal e outras secretarias, como a de desenvolvimento social, foi possível colher bons frutos. “Em Nova Iguaçu (PR), por exemplo, fica bem evidente que o trabalho entre município e estado tem repercussão direta na melhoria da qualidade no ensino e na formação dos professores. Mas, claro, quase sempre é preciso que o secretário de educação tenha apoio do executivo e que a educação seja colocada como prioridade dentro do programa de governo”, explica Anna.
 
Fonte: Porvir O Futuro Se Aprende