Ocupa Brasília reafirma a unidade dos trabalhadores contra reformas do governo golpista

Em grande demonstração de unidade de classe, mobilização e indignação com tamanhos retrocessos, milhares de trabalhadores vindos de diversas partes do país, lotaram a capital federal, para o #OcupaBrasília. O ato deixou claro que governo golpista não tem vez e que as nefastas reformas não passarão.
Logo no início da manhã, já era possível notar a dimensão do que seria a manifestação. O estacionamento do Estádio Mané Garrincha estava completamente repleto de barracas. A cada minuto, mais pessoas se juntavam ao grupo, fortalecendo ainda mais esse que foi um dos maiores protestos já realizado contra o golpista.
Por volta do meio-dia, trabalhadores do campo, da cidade e das florestas, movimentos sociais, estudantis e o conjunto da sociedade iniciaram uma grande marcha rumo ao Congresso Nacional. Brasília estava colorida. O vermelho, cor da luta, estampava as camisetas dos manifestantes. O verde, cor da esperança, renovava as forças dos presentes, que não se esmoreceram nem debaixo do sol escaldante. Centenas de bandeiras, cartazes e faixas expressavam a revolta da sociedade com o governo golpista, que trabalha com viés entreguista e em prol do empresariado.
O paranaense Caio Rezende, 19, viajou horas para repudiar os projetos do presidente ilegítimo. Para ele, é fundamental que, além de muita mobilização, haja unidade nos protestos. “Acredito que somente com a união de todos os segmentos da sociedade poderemos barrar este regime militar que está sendo instaurado no país. É inadmissível que em um país que se diz democrático, cenas de tamanha violência contra uma manifestação pacífica ainda aconteçam. Não aceitaremos que retirem nossos direitos”, afirmou.
Já o professor, Miguel Reis, 37, veio de São Paulo para intensificar a luta por direitos e pela volta da democracia. “Precisamos que a população acorde e veja os perigos que rondam, não apenas a classe trabalhadora, mas toda a população brasileira. É emocionante estar aqui, no centro do poder, lutando pelo que acreditamos e contra o fascismo e neoliberalismo. Estamos vivenciando um momento histórico e não devemos parar por aqui. A luta deve ser intensificada ainda mais”, concluiu.
Na avaliação do secretário geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, a mobilização foi extremamente positiva. “Fizemos o maior ato dos últimos tempos. Mais de 200 mil pessoas, vindas dos quatro cantos do país, ocuparam Brasília contra os retrocessos do governo golpista. Demos o nosso recado aos golpistas e mostramos a força da classe trabalhadora. Exigimos a saída imediata’ deste governo usurpador e a paralisação dessas reformas que representam retrocessos incalculáveis para toda população brasileira”, destacou.
Como era de se esperar de um governo ilegítimo e ditador, a força policial opressora atacou manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, spray de pimenta, balas de borracha e munição letal. O protesto, que seguia de forma pacífica se tornou um verdadeiro cenário de guerra.
“É lamentável tamanha censura. A violência por parte da polícia reflete a intransigência e falta de diálogo do atual governo. Mais que nunca, precisamos reagir. Diante dessa brutalidade e dos ataques propositais, devemos intensificar ainda mais nossa luta. Nem o golpe, a PM ou o exército tirará o povo das ruas”, concluiu Rodrigues.