Nota do Sinpro-DF sobre as manifestações populares

O movimento social organizado, partidos, entidades representativas da classe trabalhadora, sindicatos e centrais sindicais estão em intenso debate sobre as manifestações que tomaram conta das ruas do país nas últimas semanas.
Neste contexto de mobilizações populares e intenso debate que toma conta das ruas e noticiários, o Sinpro-DF vem à público trazer sua posição à categoria e à sociedade.
Primeiramente, nem o Sinpro, nem a Central Única dos Trabalhadores nem nenhuma das demais centrais sindicais, que são as legítimas representantes da classe trabalhadora, convocaram greve geral para qualquer categoria.
Preocupa-nos a tentativa de figuras anônimas que se escondem atrás de máscaras, utilizando as redes sociais para criar confusão e definir greves sem o devido debate com qualquer base em suas organizações instituídas.
O Sinpro-DF alerta ainda para paralisações programadas por empresários sem escrúpulos que estão, em nome de urgentes mudanças que a juventude e os trabalhadores exigem nas ruas, tentando perpetuar privilégios de minorias. As paralisações programadas por empresas ou patrões caracteriza “lockout”, atividade proibida pela Constituição Federal.
Por fim, reconhecemos como legítimas as manifestações pacíficas, que fazem parte do exercício da democracia, e reivindicam mudanças urgentes nos sistemas de transportes, educação e saúde. O Sinpro está, há mais de 30 anos, não só apoiando essa luta, mas participando ativamente dela. Somente em um regime democrático é possível que cidadãos e cidadãs possam propor o debate, a partir de posições às vezes divergentes, com a possibilidade de construir consensos ou sínteses capazes de avançar na melhoria de condições de vida para o conjunto da sociedade. Todavia, em algumas destas manifestações têm ocorrido atos de violência contra pessoas e militantes que se identificam com partidos, movimentos sociais e organizações representativas dos trabalhadores.
O Sinpro repudia toda e qualquer manifestação de caráter antidemocrático. Em especial, o clima de rechaço às entidades organizadas do movimento social, o apartidarismo, a criminalização dos sindicatos e do movimento estudantil.
É um equívoco desconsiderar a história dessas entidades representativas na construção da democracia. Nosso Sindicato tem dialogado com as diversas organizações de classe trabalhadora, movimento estudantil e movimentos sociais para juntos, em uma frente única, nos organizarmos para mostrar que as ruas sempre foram nosso espaço de manifestação. E que não admitiremos que nos tirem e deturpem nossa pauta. Não seremos rechaçados por um crescente clima de fascismo, travestido de apartidarismo.
Por fim, a exemplo do que sempre fizemos, convocamos a categoria para estar atenta e continuar mobilizada em torno da luta pela pauta que realmente interessa à classe trabalhadora brasileira, tais como: a aplicação de 10% do PIB na educação pública; destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação, aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), extinção do fator previdenciário…
Convocamos, ainda, a categoria para participar da Agenda de Luta dos Movimentos Populares, divulgada na página da CUT-DF (www.cutdf.org.br), bem como do grande ato chamado pela CUT Nacional, junto com as demais centrais sindicais e com o MST, a se realizar no dia 11 de julho, com o objetivo de destravar a pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios e, também, construir e impulsionar a pauta que veio das ruas nas manifestações realizadas em todo o país, nos últimos dias.