Nossa luta é pela globalização de direitos

“Diante das cadeias globais de produção e consumo, de acordos por empresa, nossa luta é cada vez mais pela globalização de direitos”, afirmou João Felicio, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), durante a abertura do seminário Cadeias Globais, Tratado Vinculante e a Ação Sindical, realizada na manhã desta quinta-feira no auditório do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Presidente da entidade que representa 180 milhões de trabalhadores de 163 países, João Felicio sublinhou que os sindicalistas jamais podem se despreocupar de que “lutam pelos direitos da classe”, uma vez que o capital secundariza e individualiza o trabalhador, para melhor cooptá-lo e isolá-lo e, desta forma, exercer impunemente a sua dominação. “Nosso desafio é realizar ações de abrangência, que atinjam o conjunto das cadeias globais, e para isso precisamos fundir sindicatos e aumentar a representação, a fim de ampliar a nossa força”, frisou.
Na avaliação de João Felicio, o atual sistema chegou a um nível de degeneração que “impõe relações de produção que potencializam a exploração do trabalhador ao limite do suportável, atacando direitos básicos como saúde e segurança, férias, licença-maternidade e paternidade e representação sindical”. “É preciso construir alternativas coletivas para a superação deste modelo excludente”, enfatizou.
Para o secretário de Relações Internacionais da CUT-Brasil, Antonio Lisboa, muito se fala da revolução tecnológica e da quarta revolução industrial, mas o essencial que é preciso ter em mente “é o debate sobre o capitalismo, a luta contra um modo de produção e de consumo que concentra renda e aprofunda a desigualdade”. “Temos uma imensa massa despolitizada que precisa ter acesso à informação, que precisa estar unida e mobilizada para que tenha acesso a melhores condições de vida, para ir além de empregos de segunda categoria”, destacou.
Entre outras lideranças participaram do debate o presidente do Instituto Observatório Social (IOS) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac), Siderlei de Oliveira; a presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico e representante da IndustriALL Global Union, Lucineide Varjão e a secretária-geral do IOS, Lucilene Binsfeld.
Com informações da CUT