Não somos máquinas, por isso adoecemos!

 
Mais uma vez as licenças médicas de educadoras e educadores são usadas como justificativa para a crônica falta de professores nas escolas públicas do DF. Na semana passada houve mais uma série de matérias jornalísticas mostrando salas com alunos sem professores, diretores e diretoras de escolas cobrando do GDF profissionais para substituição.
Em um quadro “explicativo” o DFTV, por exemplo, mostra o aumento no número de atestados, de 10 em janeiro para mais de 350 em fevereiro. Nem sequer se “tocaram” que janeiro é de férias coletivas dos professores e que os 10 atestados do referido mês, muito provavelmente, são de prorrogação de atestados de dezembro.
A coordenadora da Secretaria de Saúde do Trabalhador, Maria José Barreto, a Zezé, foi procurada e explicou que é urgente a implantação de uma política de prevenção e promoção da saúde pela Secretaria de Educação, que as condições de trabalho hoje existentes nas escolas são determinantes para o comprometimento cada vez maior da saúde dos profissionais, que hoje a escola é caixa de ressonância de uma sociedade com inúmeros problemas e muitas carências. Disse ainda que a diferença do número de licenças das escolas públicas e privadas é porque na escola particular o professor vai trabalhar mesmo doente, por medo de perder o emprego.
Mas infelizmente, a matéria é editada para fazer cumprir a pauta de que “o problema da falta de professores é causado pelo número de licenças médicas” e não pela falta de planejamento da Secretaria de Educação, que não mantém professores suficientes no banco de reservas e que não realiza concursos públicos para suprir todas as carências efetivas da rede. O DFTV 1ª Edição, por exemplo, chega dizer que o Sinpro “concorda” que há muitas licenças médicas, quando tudo o que falamos foi que as condições de trabalho estavam realmente levando os professores  a adoecerem. Diante disso acionamos nosso departamento jurídico e estamos estudando a possibilidade de entrar na Justiça para pedir reparação de danos e direito de resposta.
Se há fraudes, vamos detectá-las e coibi-las, mas não podemos juntar no mesmo balaio  pretensos profissionais aéticos e educadores que estão realmente doentes, precisando de cuidado e compreensão. Não somos máquinas e por isso adoecemos. Exigimos respeito e iremos buscar na Justiça esse respeito se preciso.