Mulheres exigem maior participação nos sindicatos

Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina
Painel “Mullher, política, poder e organização”, durante a tarde do 2º dia do Encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina

A conquista de mais espaço para as mulheres em condições igualitárias passa por mais acesso a cargos de decisão dentro do próprio movimento sindical. Essa é uma das definições do segundo dia do Encontro Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina.
A Conferência da Rede de Trabalhadoras da América Latina – IEAL, começou na terça-feira (16) e prossegue até sexta (19), com a presença de cerca de 300 trabalhadores da educação ligados à Confederação Nacional do Trabalhadores em Educação (CNTE), à Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (ProIfes-Federação) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), entidades afiliadas à Internacional da Educação.
Com o tema Mulher, política, poder e organização, a rede de mulheres quer trocar experiências em busca de igualdade e equidade. As demandas das mulheres devem ser incorporadas à pauta pública, uma vez que elas “são sujeitos autônomos com capacidade para dialogar com os vários segmentos da sociedade internacional e nacionalmente, e exigir a inclusão da perspectivas de gênero nas políticas públicas”, definiu Maria Teresa Cabrera, da Executiva da IE.
A avaliação foi feita durante o Painel “Mullher, política, poder e organização”, durante a tarde do segundo dia de encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina. Segundo Cabrera é necessário que se faça primeiro o dever de casa: “Por isso é fundamental que a IE propicie e contribua para que entidades filiadas determinem políticas para elevar a participação das mulheres”.
Cabrera fez uma autocrítica em relação ao movimento sindical e reforçou que o trabalho da IE é importante para que as organizações sindicais comecem a dar o exemplo. “Porque temos de ser coerentes. Se vamos reclamar em nível de governo e da sociedade a participação das mulheres, temos de dar o exemplo. Não podemos reclamar de algo que não fizemos em nosso espaço”, concluiu.
Para Estela Diaz, secretária da mulher da Central de Trabalhadores da Argentina, CTA, as mulheres ainda precisam disputar espaços dentro dos sindicatos. Ela fez uma ampla análise do atual momento social e político da América Latina. Para Estela, “a autonomia das mulheres está ligada ao trabalho digno e de qualidade”.
Encontro da Rede
Estela Diaz, secretária da Mulher da Central de Trabalhadores da Argentina, CTA, diz que as mulheres ainda precisam disputar espaços dentro dos sindicatos

De acordo com Estela, é preciso buscar uma sociedade mais humanista, baseada no valor das pessoas com espaço para as trabalhadoras. “Acredito que vivemos um contexto de mudanças no mundo do trabalho com profundas transformações que desafiam, de forma especial, nós trabalhadoras e o próprio movimento sindical”, disse.
Durante os debates, a plenária fez várias intervenções defendendo mais espaço para as mulheres dentro de entidades sindicais. A avaliação é que as mulheres dominam e ocupam praticamente 100% dos espaços nas unidades sindicais e pedagógicas de base dos sindicatos, “mas quando se chega ao nível de diretoria o número cai bastante e, quanto ao comitê executivo, o nível de participação é incomparavelmente menor”, disse Cabrera.
Assista ao VT sobre a tarde do segundo dia de encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina:
Mulheres exigem maior participação dentro do movimento sindical