Moção de solidariedade à população capixaba e de repúdio às autoridades públicas

Na condição de entidade representativa de mais de quatro milhões de trabalhadores das escolas públicas brasileiras, entre ativos e aposentados, efetivos e contratados a qualquer título, a CNTE vem a público manifestar irrestrito apoio e solidariedade à população capixaba, em especial da Grande Vitória, que tem sido vítima da violência causada pela total omissão do poder público em ofertar serviços básicos com qualidade à sociedade.
Segundo informações do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol), nos últimos três dias – em decorrência da greve dos policiais militares – foram registrados 58 homicídios em todo o Estado, uma média trágica de mais de três vítimas diárias.
A CNTE defende um Estado soberano, democrático, indutor de processos de desenvolvimento econômico geradores de trabalho, emprego e renda e assegurador dos direitos humanos e sociais. E, quando o Estado deixa de cumprir esses requisitos básicos para o bem-estar da sociedade, a barbárie impera.
Lamentavelmente, o Espírito Santo segue uma trajetória de grave omissão nos investimentos em políticas públicas, com destaque para a segurança, a saúde e a educação. O que ocorre hoje na sociedade capixaba é fruto da irresponsabilidade dos gestores públicos, que permitiram esse estágio de insegurança brutal.
Em nível nacional, a emenda constitucional nº 95 (não por outro motivo denominada PEC da Morte) visa restringir os investimentos públicos da União por 20 anos em políticas públicas, com graves desdobramentos nos estados e municípios. E os fatos registrados atualmente no Espírito Santo são um prenúncio do que poderá ser o Brasil em breve.
Nesse sentido, conclamamos a sociedade capixaba a cobrar dos gestores públicos os investimentos necessários para garantir a paz social e o desenvolvimento inclusivo no Estado e a lutar em nível local e nacional contra o processo de desmonte dos direitos sociais posto em prática pelo governo ilegítimo de Michel Temer e seus parceiros, a exemplo do governador Paulo Hartung.
Brasília, 6 de fevereiro de 2017
Diretoria Executiva da CNTE