Milhares de pessoas protestam na Greve Geral

Na manhã desta quarta-feira (15), integrantes de diversas organizações sindicais, do campo e da cidade, protestaram em Greve Geral na área central de Brasília. Às 8h, eles se concentraram em frente à Catedral e, depois, em passeata, partiram em direção ao Congresso Nacional e, em seguida, reuniram-se em frente ao Ministério da Fazenda.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) conseguiu adesão de 98% de suas entidades filiadas em todo o Brasil. Para a secretária geral da CNTE, Fátima Silva, o movimento de hoje é vitorioso. “Nós estamos com vários municípios que não sabíamos que tinham entrado na greve e, nesta manhã, nos ligaram dizendo que estão parados 100%. Então, nós temos hoje, no Brasil, a educação parada totalmente, além de vários outros setores”, comemora Fátima.
Milhares de pessoas, aos gritos de “Fora Temer”, marcaram presença contra a Reforma da Previdência na capital do país. Cruzes e um caixão em frente ao Congresso simbolizaram pessoas que vão morrer no país sem poder se aposentar caso a reforma seja aprovada.
Para Fátima Silva, só quem ganha com a Reforma da Previdência são o sistema financeiro, os banqueiros e os deputados que fizeram a negociação para financiar a sua campanha. No mais, é perversa para todos. “Agora, ela é mais cruel para as mulheres. Cruel porque joga as mulheres trabalhadoras rurais a nunca mais se aposentarem. Joga hoje, no caso, 60% de quem trabalha na educação a impossibilidade de se aposentar porque vão morrer antes que isso venha a acontecer”, conclui a secretária geral.
Segundo o presidente da CNTE, Heleno Araújo, o que acontece no DF é uma amostra do que ocorre em todo o país. “Nós somos maioria nesse país, a maioria que produz a riqueza, a maioria que coloca alimento na mesa de cada brasileiro, e não podemos permitir que 300 pessoas que representam uma minoria que concentra a renda no país modifiquem as regras trabalhistas e da Reforma da Previdência. São direitos conquistados com muita luta e não podemos permitir que sejam tirados dessa forma. Por isso, é importante reagir, participar e manter a mobilização. Não podemos parar”, pede Heleno.
A Greve Geral permanece por tempo indeterminado. No dia 25 deste mês, em Brasília, será feita uma avaliação pela coordenação geral da greve (direção da CNTE mais um representante de cada entidade filiada) para decidir as próximas ações a serem tomadas.
Em nível estadual, distrital e municipal, cada sindicato filiado à CNTE debaterá sua pauta de reivindicação com os gestores e a sociedade, a fim de envolver a todos no compromisso público de valorizar a escola pública e seus profissionais.
Greve nos Estados
Alagoas: O Sinteal organizou caravanas de todas as regiões do Estado para participar das atividades em defesa da aposentadoria, contra a reforma da previdência e contra a reforma trabalhista. No estado, a greve começou hoje e é por tempo indeterminado. Correios, Petroleiros, Urbanitários, previdência social, rodoviários, e muitas outras categorias, aderiram ao movimento.
Bahia: Os profissionais da Educação das redes estadual e municipais do Estado da Bahia, em conjunto com trabalhadores de diversas categorias e entidades sindicais somaram milhares de pessoas que paralisaram suas atividades. As ações conjuntas, aprovadas em assembleias, vão até o dia 24 de março.
Ceará: O Sindicato APEOC mobilizou a luta em Fortaleza e em diversos municípios do interior. Na capital, a concentração foi na Praça da Bandeira, no Centro. Mais de 30 mil pessoas em Fortaleza e outras tantas no interior fizeram do dia 15 de março um marco para a virada dos trabalhadores contra o golpe de Temer.
Espírito Santo: A manifestação reuniu cerca de 3 mil trabalhadores/as em educação e profissionais de diversas categorias nas ruas de Vitória/ES. Na Educação, houve adesão à paralisação nas Redes Municipais de Cariacica, Serra, Vila Velha e Barra de São Francisco.
Maranhão: O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) e diversas entidades maranhenses uniram-se no Centro de São Luís.
Mato Grosso do Sul: A Greve Nacional começou às 3h da manhã e fez com que os mais diversos sindicatos do transporte, com apoio de outros segmentos, parassem os coletivos, antes que os mesmos saíssem das garagens. Cerca de 20 mil pessoas participam da mobilização. A ação conseguiu fechar mais de 95% das escolas públicas das redes municipais e estaduais do Estado. A greve segue por tempo indeterminado.
Minas Gerais: Mais de 100 mil pessoas sairam às ruas em Belo Horizonte. Em Minas, os profissionais da educação pauta o Piso Nacional, dão um basta à Reforma da Previdência e cobram do governador o cumprimento dos acordados assinados. No próximo dia 20/03, haverá um café com os deputados federais, na Assembleia Legislativa, às 9h. No dia 31/03, haverá o Congresso Extraordinário da CUT Minas. A ideia é aglutinar forças e reunir parceiros para rememorar o golpe de 1964.
Paraná: A categoria votou e decidiu entrar em greve por tempo indeterminado a partir deste dia 15 de março. A mobilização de hoje contou com mais 40 mil nas ruas.
Pernambuco: Professores da rede estadual de Pernambuco e de cinco municípios decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia nesta quarta-feira (15), realizada no Recife. A decisão integra uma série de manifestações contra a reforma da Previdência. Cerca de 40 mil pessoas participaram do ato.
Rio Grande do Norte: A assembleia unificada do Estado e municípios aprovou a deflagração da greve geral da educação do RN por tempo indeterminado. Na ocasião, a categoria também aprovou o calendário de lutas apresentados pelo SINTE/RN, bem como as sugestões de atividades para estudantes, pais e toda a comunidade escolar.
Rondônia: Em assembleia geral realizada em todo o estado de Rondônia, os trabalhadores em educação aprovaram a deflagração de greve geral por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira (15/3). Mais de 2 mil pessoas entre servidores públicos de várias categorias e trabalhadores da iniciativa privada, urbanos e rurais, saíram às ruas de Porto Velho e de diversas cidades do interior em passeata contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista e a PEC da terceirização, propostas do governo Temer que tramitam no Congresso Nacional.
São Paulo: Os professores da rede pública estadual de São Paulo aprovaram greve da categoria para os dias 28, 29 e 30 de março em protesto contra a reforma da Previdência proposta pelo governo federal. Uma nova assembleia será realizada no dia 31 de março. Mais de 70% dos professores estaduais aderiram à paralisação nacional.
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