#OcupaBrasilia supera previsão e reúne mais de 150 mil. PM chega com repressão

Crédito: G1
Momento em que a PM lança gás de pimenta sobre a marcha pacífica e organizada

O #OcupaBrasilia, nesta quarta-feira (24), lotou a Esplanada dos Ministérios. Três horas após o início da marcha, que saiu do Estádio Mané Garrincha às 11h, e muito antes da chegada de dezenas de caravanas que ainda estão chegando no Distrito Federal, o número de participantes já supera os 100 mil previstos.
Neste momento, mais de 150 mil pessoas protestam contra as reformas, sobretudo a da Previdência e a trabalhista, exigem eleições diretas gerais para os cargos federais imediatas. A Política Militar do Distrito Federal tentou, por várias vezes, impedir o povo, advindo de todo o país e convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais, de marchar pela Esplanada dos Ministérios, de acessar a Praça dos Três Poderes, local em que deverá ocorrer o ato público contra o governo ilegítimo e sua proposta de desmonte do Estado de direito.
Primeiramente, fechou o acesso dos caminhões de som das centrais sindicais participantes e impediu o povo de marchar na Esplanada dos Ministérios. Há pouco, ainda durante a marcha e mais de três horas antes do ato público previsto para ocorrer às 17h, a PM atacou o povo com gás de pimenta e outras substâncias de efeito moral, como bombas de gás lacrimogêneo.
Ao posicionar a PM de forma a impedir o livre acesso dos manifestantes à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes, locais projetados pelos construtores de Brasília com as dimensões físicas existentes justamente para servirem de espaço cívico e popular e ambiente para o livre exercício da democracia, o governo Rodrigo Rollemberg (PSB) acrescenta à sua política de choque de gestão e desmonte dos serviços públicos do DF uma atitude fascista que não aceita críticas e se posiciona intolerante com quem realmente paga as contas do país: o povo.
O #OcupaBrasilia foi planejado para ocorrer nesta quarta-feira porque estava prevista para o dia 24 de maio a primeira votação da reforma da Previdência no Plenário da Câmara dos Deputados. A segunda votação, que encerraria a tramitação da reforma na Câmara, estava prevista para ocorrer no dia 30 de maio.
Contudo, na tarde dessa terça-feira (22), o presidente da Câmara dos Deputados adiou mais uma vez votação para a primeira semana de junho. A crise política instalada no Palácio do Planalto, com a maioria dos ministros envolvida nos escândalos e denunciada pela Operação Lava Jato e, no Congresso Nacional, dezenas de deputados e senadores também denunciados pela mesma operação.
A pressão popular e a mobilização cada vez maior da classe trabalhadora têm adiado a votação, no Congresso Nacional, do desmonte da Seguridade Social e da Previdência públicas e, com isso, prorroga o projeto do sistema financeiro e dos proprietários de empresas de previdência privada e adia a transformação do direito à aposentadoria dos brasileiros em mercadoria do sistema financeiro.
Importante lembrar que, desde que o governo ilegítimo de Michel Temer apresentou o texto da reforma da Previdência, banqueiros e proprietários de empresas estrangeiras de previdência privada enviaram lobistas para o Brasil para executar levantamentos e mapeamentos do potencial de exploração e como irão vender planos de previdência privada para os brasileiros após a aprovação da reforma.
Estudos realizados pela Anfip e por economistas, sociólogos e outros estudiosos de várias universidades públicas têm denunciado a reforma da Previdência e afirmado que esse projeto do governo significa o desmonte da Seguridade Social pública como existe hoje no país e o fim do direito social à aposentadoria, assegurado na Constituição de 1988 após décadas de luta da classe trabalhadora por justiça trabalhista e social.
Confira fotos do Facebook da CUT Brasil: