Já são 12 escolas ocupadas em Brasília e entorno

O último balanço divulgado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) aponta que já são 1.074 escolas, universidades e institutos ocupados em todo país. Em Brasília, o número de ocupações não para de crescer. Estão ocupados o CEM 304, em Samambaia Sul; o CED sede 01 (Centrão), em Planaltina; o Gisno, na Asa Norte; o CEM Setor Oeste, na 912 Sul; o CEM 111, no Recanto das Emas; os Institutos Federais de Brasília de Samambaia, Planaltina, Riacho Fundo, Estrutural, São Sebastião e os campi de Valparaíso e Águas Lindas, no entorno.
Os estudantes são contra projetos que ameaçam a educação, como a PEC 241, que congela o de investimentos em saúde e educação para os próximos 20 anos, a MP 746, que reforma do ensino médio, e o PL 131, que retira recursos do pré-sal para a saúde e educação.
As escolas ocupadas pelos secundaristas realizam, durante a semana, debates políticos e culturais. A ideia é pautar as comunidades locais e estudantes que não participam do movimento sobre o desmonte da educação, imposto de forma autoritária pelo governo ilegítimo e sem voto. De acordo com o representante da União dos Estudantes Secundaristas do Distrito Federal (UES/DF), Vinícius Paranaguá, na agenda de atividades do CEM 304, em Samambaia Sul, consta, também, aulões preparatórios para o Enem e Pré-Vestibular, para que os alunos não sejam prejudicados.
O diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF), Gabriel Magno, conta que outras escolas estão se mobilizando e as ocupações podem crescer. Segundo Magno, estudantes do Centro de Ensino Médio Elefante Branco (Cemeb), na 908 Sul, liderados pelo Grêmio Estudantil, realizam nesta terça (25), assembleia extraordinária, para debater as ocupações no DF e o sucateamento da educação pública. “A princípio, a assembleia é apenas para avaliação das ocupações e para debate sobre desmonte da educação, mas pode ser que os estudantes preparem ocupação da escola”, disse.
Tragédia em Curitiba
A morte de um aluno, identificado como Lucas Eduardo Araújo Lopes, obrigou estudantes desocuparem a Escola Estadual Santa Felicidade, em Curitiba, ocupada há 20 dias. Segundo informações da Polícia Militar, o adolescente foi encontrado com perfurações de faca no tórax e no pescoço, na tarde dessa segunda (24). De acordo com o Movimento Ocupa Paraná, responsável pelas mais de 800 ocupações no estado, a vítima não fazia parte do grupo que ocupava a unidade e teria se envolvido em uma briga com outro jovem por causa de drogas.
Movimentos de direita e contrários à intensa mobilização dos alunos valeram-se do lamentável episódio em Curitiba para criminalizar as ocupações no estado e no país. O governador do estado, Beto Richa, tem apoiado ações desses grupos e setores que rechaçam as reivindicações estudantis. De acordo com a Agência Estadual de Notícias, a gestão tucana anunciou que “diretores e professores que estiverem dando amparo às ocupações responderão processos administrativos ou sindicâncias e poderão ser punidos com afastamentos e demissões”.
A declaração acirrou os ânimos e estimulou ataques contra os estudantes. Na manhã dessa segunda (24), a escola Guido Arzo, também em Curitiba, foi apedrejada por pessoas contrárias à ocupação. A intenção dos protestantes era desmobilizar e intimidar os estudantes, como já fizeram anteriormente integrantes  do ultraconservador Movimento Brasil Livre.
Em nota, o Movimento Ocupa Paraná, lamentou a morte do estudante e reforçou que as ocupações são legítimas e representam a insatisfação dos estudantes com as medidas impostas pelo governo golpista.