Integração democrática e unidade educacional latino-americana

Pernambuco foi o Estado escolhido para a 8ª Conferência Nacional de Educação Paulo Freire da CNTE. Na abertura, realizada na manhã desta quarta-feira (19), no Mar Hotel, em Boa Viagem, o presidente da CNTE, Roberto Leão, destacou a importância do debate democrático e da pauta de mobilização por uma educação de qualidade com a valorização dos profissionais. Leão destacou o trabalho da CNTE como “entidade sindical que não perde a sua orientação pedagógica” e reafirmou: “fazemos a luta onde tem que ser feita. Fizemos uma Marcha com mais de 10 mil pessoas, fazemos debate com a Câmara Federal. É importante que não percamos a perspectiva de uma CNTE que luta”.

Entre as vitórias dos trabalhadores em educação, Leão destacou a aprovação dos 10% do PIB para o setor, como prova de que a mobilização é capaz de grandes conquistas. “A CNTE discute as questões sindicais e debate a educação. Queremos ser ouvidos e acreditamos na construção democrática, de todos e todas que atuam na educação pública para que possamos ter a qualidade que tanto referenciamos”, afirmou.

Momento especial – O secretário de assuntos educacionais da CNTE e presidente do Sintepe, Heleno Araújo, enfatizou que a realização da Conferência é mais uma etapa da luta, com a valorização de todos os profissionais. “Vamos aproveitar o tema para fortalecer as ações nos municípios e estados”, pontuou.

Segundo a deputada federal Fátima Bezerra, a Conferência se realiza em um momento especial para luta em defesa da educação. Para ela, o debate acerca do Plano Nacional de Educação (PNE) indica o destino do setor nos próximos dez anos.

De acordo com a deputada, o Estado brasileiro deve ter coragem para administrar a dívida histórica que o Brasil acumulou com a “a aprovação de um PNE que seja fiel aos sonhos de Paulo Freire, aos sonhos de uma educação emancipadora, com valorização do Magistério. Temos desafios grandiosos pela frente, porque na terra dele, os sonhos dele continuam vivos”, disse.

Carlos Ramiro, representante do Ministro da Educação, lembrou que é um sindicalista dentro do governo. Ele enfatizou que a educação de qualidade para todos “sempre foi a nossa grande luta e vai continuar” e declarou: “temos do nosso lado na luta pelos 100% dos royalties do petróleo para a Educação a presidenta Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante”.

Antônio Lisboa, da CUT, citou a garantia de acordos coletivos, a 6ª Marcha, e a luta pela efetivação do PNE para garantir os 10% do PIB para educação. Lisboa enfatizou que ‘a direita reacionária’ tentou derrubar os avanços do povo da América Latina, mas a luta se fortalece “no sentido da unificação da CNTE, da pauta da classe trabalhadora, pela libertação do povo brasileiro e tomada de poder efetivo. A nossa responsabilidade é de fazer debate”, finalizou.

América Latina – A 8ª Conferencia marca o encontro do Movimento Pedagógico da América Latina e para Fernando Rodal, presidente da Confederação dos Educadores Americanos, “a luta pela educação no brasileira e latino-americana tem que acontecer para transformar a consciência e como responsabilidade política e social”.

Segundo Rodal, “À medida que a luta tem que ser no sentido da transformação e da consciência a política nunca devemos perder a independência como classe trabalhadora. Que a força que conhecemos se torne viva dentro de nós”, afirmou.

O presidente da Internacional da Educação para a América Latina, Hugo Yaski, reiterou a necessidade de “construir um modelo de educação publica que possamos lutar pela unidade latino-americana”.

A 8ª Conferência leva o nome do educador Paulo Freire que no dia de hoje, 19 de setembro, estaria completando 91 anos. Nascido no Recife e um dos maiores nomes da historia da educação brasileira e mundial. A primeira palestra da Conferência foi com o sociólogo e doutor em ciência política Emir Sader. Em sua fala, ele lembrou que para Freire a educação tem que ser libertadora.

Com informações da CNTE