IE: “Não aceitamos nada menos que o direito de igualdade para todos”

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Terminou na tarde deste domingo (26), o maior congresso de educadores sindicalistas do mundo. O 7º Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE), realizado em Ottawa, capital do Canadá, reuniu de 21 a 26 de julho, cerca de 1700 pessoas de 170 países, para aprovar uma agenda comum de estratégias para garantir uma educação pública de qualidade e a valorização dos trabalhadores em educação.
O congresso também elegeu os membros para a gestão 2015-2019. O presidente a CNTE, Roberto Leão, foi eleito vice-presidente Mundial da IE pela América Latina. Ele substitui Juçara Viera, ex-presidente da CNTE, que há oito anos representava a CNTE na IE.
A mercantilização da educação esteve no centro dos debates. Além de um painel específico para analisar o tema, várias resoluções foram aprovadas no sentido evitar o avanço da privatização na educação. Susan Hopgood, presidente da IE, disse na sua saudação final “Saímos mais fortes e unidos para lutar contra a escória das empresas privadas nas salas de aula, que quer acabar com a igualdade e a inclusão. Nosso caminho está só começando, mas agora temos elementos muito mais claros para cobrar os governos e reafirmamos nossos compromissos como sindicatos. Não aceitamos nada menos que o direito de igualdade para todos”, enfatizou.
Para Juçara Vieira, o Congresso foi importante para avaliar percurso da IE e aperfeiçoar os mecanismos de gestão e estatutários, não só em função do ingresso de novas entidades – atualmente a IE conta com 392 afiliadas – mas também para dar conta das várias frentes de trabalho, entre elas a igualdade de gênero, erradicação do trabalho infantil e direitos LGBT. “Tiramos resoluções de conteúdo contra mercantilização e privatização; e educação e valores. Nos preparamos internamente para esses desafios”, assegurou.
Fátima Silva, vice-presidente da Internacional da Educação na América Latina, apontou uma conquista defendida pela CNTE. O uso em todos os documentos, do termo “trabalhadores em educação” para referenciar os professores e profissionais de apoio escolar. ”Este é um debate que inserimos na IE. Na resolução contra as privatizações, foi incluído um parágrafo que trata da proteção dos professores e funcionários da educação, os primeiros a serem prejudicados com as terceirizações”.
Bebel Noronha, presidente da APEOESP/SP comemorou a manutenção da CNTE na vice-presidência Mundial da IE, “ o trabalho da companheira Juçara deve ser considerado como um importante componente na construção deste processo. O companheiro Leão possui todas as condições de levar adiante esta tarefa, com o compromisso de ampliar as discussões e implementar as resoluções deste congresso, bem como a partir delas, elaborar frentes de luta para a garantia da educação de qualidade para todos”.
Roberto Leão elogiou o alto nível dos debates e o resultado do congresso “Foi um marco para o enfrentamento do neoliberalismo. Os trabalhadores em educação de todo o mundo saem com mais energia para lutar contra a privatização”. A secretária Geral, Marta Vanelli, disse que o sentimento expressado por Leão é compartilhado por toda a delegação da CNTE. “ O Congresso da IE é o espaço que fortalece a luta dos trabalhadores por educação pública”, resumiu Marta.
A América Latina teve representação de mais de 220 participantes. A delegação da CNTE, do Brasil,  foi composta por Roberto LeãoMilton Canuto, Marta Vanelli, Fátima Silva, Heleno Araújo, Gilmar Ferreira, Zezinho Prado, Selene Michielin, Iêda Leal, Marilda Araújo, Antônio Julio, Candida Rossetto, Alvisio Jacó e Claudir Magalhães, Rosilene Corrêa (SINPRO/DF); Bebel Noronha, Francisco de Assis Ferreira, José Roberto Guido Pereira, Fabio Santos de Moraes, Luiz Gonzaga José, Leandro Alves Oliveira e Maria Sufaneide Rodrigues (APEOESP/SP).
Fonte: CNTE