Homenagens ao grande mestre Paulo Freire

Nesta quinta-feira (19), data de nascimento de Paulo Freire e primeiro dia do 2º Encontro Pedagógico do Movimento Latino Americano, em Recife, os participantes do evento realizado pela CNTE e pela Internacional da Educação para a América Latina (IE) integram a homenagem ao educador pernambucano, realizada na UFPE, onde foi inaugurada uma escultura de Paulo Freire. O autor da Pedagogia do oprimido defendia, entre outros pontos, como objetivo da escola ensinar ao aluno a “ler o mundo” para transformá-lo.
Na data também é comemorado os 50 anos da experiência de Paulo Freire em Angicos, município do Rio Grande do Norte, quando 300 trabalhadores rurais aprenderam a ler e escrever em 45 dias. Um feito histórico na educação brasileira, pois mais que alfabetizar, ele resgatou a cultura popular em busca de justiça social, solidariedade e democracia.
A Secretaria de Educação do DF promove essa semana uma série de atividades nas unidades escolares que ofertam a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Estão previstas atividades culturais, oficinas, palestras e debates sobre temáticas escolhidas a partir da realidade dos estudantes nas escolas. O objetivo da Semana é integrar a comunidade escolar EJA, valorizando seus estudantes, professores, coordenadores pedagógicos, gestores, orientadores educacionais e assistentes da educação.
Biografia
O educador Paulo Régis Neves Freire nasceu em 19/9/1921 na cidade do Recife e faleceu em 2/5/1997 em São Paulo. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensinou a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família.  
Já na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Aos 22 anos, iniciou o curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Começou a carreira lecionando no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.
Em 1947 foi contratado para dirigir o Departamento de Educação e Cultura do Sesi, onde entrou em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional no Rio de Janeiro, onde apresentou um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização.
De acordo com suas ideias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política.
No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Depois do golpe militar, o método de alfabetização de Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação.
Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.
Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2/5/1997.
Obras
– A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
– Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22.
– Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.
– Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
– Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979.
– A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982.
– A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
– Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.
– Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993.
– Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974.
– À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995.
– Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.
– Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b.
Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
– Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001.