Greve é suspensa e categoria continua na luta

Os professores e orientadores educacionais decidiram suspender a greve do magistério público do Distrito Federal, mas a categoria continua declarando que não aceitará calote do governo do Distrito Federal. A decisão foi tomada em assembleia geral nesta quinta-feira (12), na Praça do Buriti.
A luta dos(as) professores(as) fez o governo recuar de diversos ataques contra a categoria e foi a partir desta luta que nós garantimos pontos importantes. Dentre eles destacamos a rejeição do item número 1, que fala sobre o pagamento do reajuste salarial previsto a partir de outubro de 2016 – é importante salientar que este item voltará a ser discutido pela categoria na Campanha Salarial de 2016; a manutenção da jornada ampliada; a manutenção da licença-prêmio conforme está previsto na Lei Complementar nº 840; a certeza de que as Organizações Sociais (OS), que estão sendo implantadas na educação pública dos estados de Goiás e São Paulo, não atingirão as escolas do DF; que a Gestão Democrática, Lei nº 4.751/12, será mantida da forma como está hoje; e a proposta para a reposição dos dias parados sem desconto no salário do professor.
Outro ponto importante é o pagamento da GAEE (Gratificação de Atividade de Ensino Especial) àqueles professores que atendem estudantes da inclusão nas turmas regulares. Com esta proposta, que será encaminhada à Câmara Legislativa do Distrito Federal nos próximos dias, deixaremos de ter que entrar na Justiça para receber esta gratificação, que a categoria já tem ganhado nos tribunais. Os processos judiciais referentes a esta gratificação levam de 2 a 4 anos para que o professor receba o pagamento.
Outro avanço é a montagem de uma comissão, que vai discutir o plano de saúde da categoria. Os professores e orientadores educacionais lutam por um plano desde 2005, quando na greve desse mesmo ano foi criada a Lei do Plano de Saúde, lei esta que se materializou, ainda de forma insuficiente, na greve de 2012 com a criação do auxílio saúde de R$ 200. O movimento paredista de 2015 traz uma proposta que nos próximos meses pode culminar na criação do plano de saúde para a categoria.
 
Rejeição de pagamento do retroativo para 2017
A Comissão de Negociação do Sinpro rejeitou a hipótese de o GDF pagar o retroativo em 2017. A rejeição foi formalizada em documento durante a reunião realizada ontem entre a Comissão e o governo. A avaliação da direção do Sinpro é de que o GDF passou o tempo todo impedindo que a categoria pudesse discutir a campanha salarial de 2016 e de 2017 e ao retirar esta questão do documento, entendemos que o ponto econômico do cumprimento do Plano de Carreira estará colocado na Campanha Salarial de 2016.
“O Sinpro parabeniza todos e todas que não recuaram nesta luta e ressalva que em 2016 teremos mais enfrentamentos contra este governo neoliberal que tenta retirar direitos dos trabalhadores. Não vamos nos dobrar para este governo e todas as forças que temos, usaremos no próximo ano, quando voltaremos com força total na luta por nossos direitos”, ressalta a diretora Rosilene Correa.
Já o diretor Cleber Soares afirma que a greve derrotou o governador Rollemberg em vários pontos. “O governo Rollemberg, ao não avançar no debate financeiro, assumiu a condição de caloteiro e de truculento quando foi incapaz de estabelecer negociações que produzissem avanços. Por isto a luta não acaba aqui. A batalha alcançou alguns avanços à medida que manteve conquistas históricas, mas a guerra continuará até que vençamos a política de desrespeito aos profissionais do magistério e da tentativa de sucateamento da educação pública no DF”.
A categoria decidiu, ainda, uma nova assembleia geral na primeira semana do ano letivo de 2016.
 
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