Fórum realizará caminhada contra a intolerância religiosa

Os seguidores da Umbanda e Candomblé têm sofrido nos últimos anos com uma série de manifestações de intolerância religiosa. Terreiros, imagens e símbolos religiosos são atacados e destruídos, seus praticantes sofrem com agressões e ameaças. Para chamar a atenção da sociedade e do Poder Público para a gravidade da situação, o Fórum Permanente Afrobrasileiro do DF e Entorno promoverá no dia 23 de setembro a 1ª Caminhada da Comunidade Tradicional de Terreiros da região, que culminará na lavagem da rampa do Congresso e da Câmara Distrital.
Em todo o país há notícias de ataques e aqui em Brasília não é diferente. Em 2008 as estátuas de orixás que haviam sido restauradas e instaladas na Prainha, ao lado da Ponte Costa e Silva, foram novamente danificadas. Atualmente as imagens aguardam que o governo do DF faça no local a praça prometida e dê segurança para a instalação dos símbolos da religião afrobrasileira.
“Temos total respeito às crenças das pessoas e queremos ser tratados da mesma forma, com respeito e não apenas tolerados. Somos cidadões Brasileiros, e o nosso País é laico. Quem destrói as imagens, invadem nossas casas, nos agridem, nos humilham e nos perseguem não pode ser considerado uma pessoa religiosa, pois nenhuma religião tem em sua essência ou nas passagens de quem a edificou, palavras que estimulem tais atos. Por isso convidamos todos os que são contra a intolerância a comparecerem”, afirmou Pai Alexandre de Oxalá, membro do Fórum. Eles vão começar a manifestação com concentração às 9h em frente à Biblioteca Nacional, e seguirão pela Esplanada dos Ministérios onde farão a lavagem simbólica da rampa do Congresso. Logo após eles vão lavar a rampa da Câmara Legislativa do DF.
As entidades estão reivindicando que o Poder Público cobre o efetivo cumprimento, para os terreiros, do Decreto nº 6040/07, que garante às comunidades tradicionais o desenvolvimento sustentável, acesso e preservação de espaços que permitam a elas desenvolver e reproduzir sua cultura, atividades sociais, religiosas e perpetuarem sua ancestralidade, com viabilidade econômica. “Nos meses de setembro à novembro, teremos várias manifestações públicas em vários estados Brasileiros, e a nossa caminhada servirá para que possamos nos organizar e encaminhar nossos representantes para a caminhada nacional”, afirma Alexandre.

“Tolerância: uma espécie de sabedoria que supera o fanatismo, esse temível amor à verdade” (Alain).
Serviço: 1ª Caminhada da Comunidade Tradicional de Terreiros do DF e Entorno.
Data: 23 de setembro de 2009
Horário: 9 às 11h
Local: concentração em frente ao Museu da República e Biblioteca Nacional
Informações com Alexandre de Oxalá e outros membros do fórum: 3223-0073/8468-4002/8141-6843/9936-1170.